Uma experiência em meio ao céu e seus elementos passou a ser possível em Santo André. Com investimento de R$ 1,7 milhão, a Prefeitura inaugurou, ontem, um planetário óptico na Sabina Escola Parque do Conhecimento.

Nomeado Johannes Kepler - astrônomo alemão -, o espaço é o terceiro maior entre os planetários digitais brasileiros. Fica atrás de Fortaleza e Belo Horizonte. O da Capital, localizado no Parque do Ibirapuera, funciona por meio de projeção de slides.

O equipamento, uma cúpula de 18 metros de diâmetro, permitirá a 260 pessoas observar quase 6.000 estrelas, com brilho e cores semelhantes aos da natureza por cerca de 30 minutos.

Este é o único equipamento do País com sistema de projeção ótico e digital que funcionam de forma sincronizada, o que faz dele o mais moderno. Na prática, dois projetores, capazes de exibir imagens em 360 graus, permitem a imersão do telespectador em vídeos, imagens e apresentações, o que torna o processo de aprendizado o mais próximo possível do real, explica o astrônomo responsável, Marcos Kalil. A fabricação do projetor do planetário andreense ficou a cargo da empresa alemã Carl Zeis.

IMPASSE
A construção do equipamento teve início na gestão do ex-prefeito João Avamileno (PT), que antecedeu Aidan Ravin (PTB). O prazo inicial dado pela Prefeitura para inaugurar o planetário era 2008.

A secretária de Educação do município, Cleide Bochixio, justifica o impasse dizendo que equipamentos e ferramentas ficaram presos na alfândega. Além disso, foi necessário licitar sistema de ar para o local, que é indíspensável e não estava no projeto. "Quando assumimos, em 2009, não tínhamos memorial descritivo sobre o planetário, por isso, não conseguimos estimar quanto foi gasto pela administração anterior", explica.

Para o prefeito Aidan Ravin, a expectativa é de que o planetário atraia não só alunos e moradores de Santo André, mas turistas em busca da experiência diferenciada. "Poderíamos ter inaugurado no ano passado, mas preferimos acertar todos os detalhes para não ter problemas", observa.

A manutenção do espaço ficará a cargo de empresa contratada pelo período de 12 meses e custará R$ 240 mil aos cofres andreenses, tanto com funcionários que operarão o planetário quanto limpeza e gerenciamento do espaço.

Equipamento inclui cultura astronômica na região

A transferência do conhecimento é a principal tarefa do planetário andreense. Além das visitas monitoradas durante a semana, nas quais estudantes da rede municipal terão oportunidade de contextualizar o aprendizado feito na sala de aula, o espaço é aberto à comunidade aos fins de semana.

Em abril, a programação aos sábados, domingos e feriados prevê sessões em dois horários: às 13h30 e às 16h. Para participar, os visitantes da Sabina devem retirar cartão individual que dá direito ao espetáculo, a partir das 12h, no guichê de informações do planetário, localizado no piso térreo. Os cartões serão distribuídos até se esgotarem, por ordem de chegada.

Neste período, será possível assistir sessão cujo tema será os limites do universo, desde os instantes iniciais do Big Bang e a evolução para a estrutura de hoje, com formação das galáxias, estrelas e sistema solar. A apresentação é indicada para crianças maiores de 5 anos, jovens e adultos.