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São Luiz do Paraitinga vira Patrimônio Histórico Nacional
Das Agências
16/12/2010 | 07:04
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Os conselheiros do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) decidiram na última semana que São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, em São Paulo, é patrimônio histórico nacional. A decisão, tomada pela unanimidade dos conselheiros do Iphan, foi anunciada após dois dias de reunião para avaliar a proposta de tombamento da cidade.

O tombamento abrange o centro histórico da cidade e também a preservação visual do entorno, que tem montanhas da Serra do Mar - a área total ultrapassa 6,5 milhões de metros quadrados. Em 1892, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) já havia tombado o centro histórico de São Luiz do Paraitinga.

O Iphan planeja, já no próximo ano, comprar um imóvel para implantação da Casa do Patrimônio, que será um centro de preservação em todo o Vale do Paraíba e serviria para aproximar o instituto da população.

Para que os conselheiros decidissem sobre a proposta de tombamento de São Luiz do Paraitinga, técnicos do Iphan elaboraram um dossiê, que foi finalizado antes da grande enchente que destruiu parte do município no início deste ano. O documento foi usado para a reconstrução do centro histórico da cidade. Mas os técnicos precisaram atualizá-lo, pois servirá de base para a análise dos conselheiros do instituto.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que avalia os processos de tombamento e registro, é composto por 22 pessoas e presidido por Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan. Conta com a participação de profissionais do Ministério do Turismo, do Instituto dos Arquitetos do Brasil, da Sociedade de Arqueologia Brasileira, do MEC (Ministério da Educação), da Ibram (Sociedade Brasileira de Antropologia e do Instituto Brasileiro de Museus), além de integrantes da sociedade civil.

 

HISTÓRIA

O nome São Luiz de Paraitinga é decorrente da palavra Parahytinga, que na língua tupi-guarani significa Águas Claras. E é também Paraitinga o nome do rio onde, desde os tempos dos Bandeirantes, havia um posto avançado por onde passavam o café e o ouro mineiro. Ao ser fundada a povoação em 1769, o nome dado ao local foi São Luís e Santo Antonio do Paraitinga, sendo mudado depois para São Luiz do Paraitinga, quando o padroeiro passou a ser São Luiz, Bispo de Tolosa. Em julho de 2002 a cidade transformou-se em Estância turística.

Com população com pouco mais de 10 mil habitantes, segundo o censo realizado no ano 2000, a cidade é local ideal para a prática de ecoturismo. Entre as diversas modalidades esportivas o trekking está entre os destaques, em que será possível realizar caminhadas leves por regiões desabitadas ou com um maior grau de dificuldade, com pernoite no mato, onde é exigido conhecimento de técnicas de montanhismo e sobrevivência.

Esportes radicais como canoagem e rafting também são boas opções para os aventureiros de plantão. A beleza do rio é a recompensa do aventureiro por enfrentar corredeiras e tombos d'água de variados níveis.

Enquanto o vento cortante sopra no entorno da Torre de Pisa, Marco Berettini enfia o chapéu até as orelhas para se proteger do frio, lutando para se manter de pé no campanário inclinado e se esconder atrás de uma pilastra medieval.

Berettini luta contra os elementos para dar os retoques finais a um projeto de restauração de oito anos, dedicado a remover sal marinho, fezes de pombos e pichações de turistas da famosa torre antes da retirada dos andaimes, no ano que vem.

A apenas 12 quilômetros da costa mediterrânea, a torre é frequentemente açoitada por tempestades que vêm do mar. Seus arcos amplos e abertos fornecem uma sombra insuficiente aos restauradores, expostos ao rigoroso verão toscano.

"Você tem que ser um apaixonado em salvar a torre ou nunca será capaz de se convencer a sair da cama ao amanhecer e passar o dia inclinado", confessou Berettini, 41 anos. "As condições são extremas e nós frequentemente temos que trabalhar em temperaturas excessivas. Mas é um trabalho que se faz por amor", declarou, com um sorriso de orgulho nos lábios.

Armada com lasers, cinzéis e seringas, a equipe formada por dez pessoas levou oito anos e três meses para limpar os 24.424 blocos de pedra que conformam a torre de 56 metros, às vezes trabalhando noite adentro.

"As pedras se encontravam em estado assustador, sobretudo devido à poluição do ar, embora os turistas e os pombos também tenham contribuído", explicou o suíço Anton Sutter, chefe dos restauradores, que assistiu à escola de restauração artística, em Pisa, 25 anos atrás.

Os distintos blocos amarelados foram extraídos das pedreiras de San Giuliano, visível do alto da torre, que se destaca nas colinas verdes atrás de Pisa.

"As colunas são decoradas com remates de flores, faces demoníacas, animais fantásticos", disse Sutter.

"Mas o sal marinho carregado pelos ventos e pela água da chuva empoçada em algumas áreas por causa da inclinação da torre danificou muitos", disse Sutter, explicando que a água não era drenada adequadamente por causa do ângulo de inclinação da torre.

"Nós retiramos o concreto usado em restaurações anteriores e limpamos a sujeira dos pombos, das pichações e marcas de mãos deixadas por turistas na tentativa de manter o equilíbrio enquanto subiam as escadas inclinadas da torre até o topo", acrescentou.

 

LENDA

Conta a lenda que a construção da torre foi iniciada em 1173, depois que uma nobre local deixou em testamento 60 moedas para a cidade construir um campanário magnífico.

Mas depois da construção de apenas três níveis, a torre começou a inclinar e suas fundações afundaram de um lado. Embora arquitetos e engenheiros tenham tentado estabilizá-la desde então, a torre continuou a inclinar.

Em 1987, a Torre de Pisa foi declarada Patrimônio Mundial pela organização cultural da ONU, a Unesco, mas devido ao temor de que tombasse, foi fechada à visitação pública em 1980.

"A torre esteve à beira do colapso, mas conseguimos deter a inclinação e protegê-la. Agora está fora de risco ao menos pelos próximos 200 anos", explicou Giuseppe Bentivoglio, da organização Opera Primaziale, que preserva o monumento.

A torre foi reaberta ao público em 2001, e permaneceu assim durante todo o período de restauração, que custou cerca de 7 milhões de euros, em parte para agradar aos turistas, mas também por causa dos ganhos obtidos com a venda de ingressos, que ajudaram a custear a manutenção.

Cerca de 1 milhão de pessoas visitam a torre por ano. Aqueles que viveram a experiência de subir os 296 degraus riem dos outros que chegam, cambaleantes, aos pés do monumento, desorientados após descerem a escadaria inclinada.




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