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'Lobby causa desconforto', diz Chinaglia
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
26/09/2010 | 07:33
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Orlando Filho/DGABC


O ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT), que busca mais um mandato no Legislativo Federal, reconhece que o episódio do lobby na Casa Civil envolvendo o filho da ex-ministra Erenice Guerra causa "um desconforto" na campanha de Dilma Rousseff (PT), mas não mancharia provável início de governo.

"O episódio atribuído à família da Erenice precisa ser investigado. A maior prova do desconforto é que ela pediu demissão. Mas a Dilma não pode estar relacionada com que o filho dela fez. O que a campanha da oposição está fazendo não é correto", afirmou o parlamentar.

Para o petista, é possível que Dilma não tivesse conhecimento do episódio envolvendo parente de sua ex-braço-direito, assim como já alegou inúmeras vezes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o escândalo do Mensalão. "Como é que o dono de uma empresa sabe se alguém está cometendo algum ilícito? E ninguém anuncia que está fazendo tráfico de influência", disse.

Chinaglia reclama da campanha tucana, ao dizer que eles estão aproveitando de episódios como a quebra de sigilo de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB) para tentar influenciar o eleitorado. "Todo mundo sabe que não houve a quebra do sigilo de quatro tucanos e sim de quase 3.000 pessoas. Inclusive gente do PT, do PMDB, PCdoB e sem filiação partidária. Da maneira como é colocada, parece que aconteceu de forma endereçada. O crime é muito maior, o que muda a abordagem. Mas eles criaram um fato político", afirmou o deputado federal.

Sem aparecer - Chinaglia disse que a direção estadual petista cometeu erro ao tirar o espaço de propaganda dos candidatos, sem que houvesse o cumprimento da promessa de que Lula pediria votos aos políticos. "A ideia era que o presidente apareceria para pedir votos aos candidatos proporcionais. Isso só aconteceu na última semana. A lógica de Lula pedindo votos seria mais interessante do que mostrar sequência de candidatos. Mas isso não aconteceu. Acabou ficando com Aloizio Mercadante e Marta Suplicy a função de pedir votos aos candidatos. Isso enfraquece a proposta inicial. Houve uma reação de petistas". Para eles, os políticos deverão ter menos votos pessoais, que serão deslocados para a legenda. "Isso deve compensar o prejuízo."

Chinaglia não quis entrar no mérito da polêmica envolvendo a candidatura de Tiririca (PR) a deputado federal, que chegou a dizer que não fazia ideia do que faz um parlamentar e que deve ser um dos mais votados do País, segundo projeções. "A responsabilidade da indicação do Tiririca é do PR. Quem tem de responder pela possível vitória dele é o eleitor." Mas o fato é que a possível arrancada do humorista pode acabar ajudando políticos do PT, já que o PR integra coligação com candidatos petistas e do PCdoB.

Comando da Câmara - Para o parlamentar, o PT, caso seja o partido com maior número de deputados eleitos, tem o direito de pleitear a presidência da Câmara, já cobiçada pelo PMDB. "Se eles podem reivindicar a presidência, o PT também pode. Essa regra deve ser respeitada", disse Chinaglia, que comandou a Casa em 2007, quando o partido não tinha maioria no Legislativo.




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