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O Rappa fatura três categorias do VMB
Por Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
17/08/2001 | 09:54
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O Video Music Brasil 2001 teve cara e focinho de Oscar. É essa a conclusão depois de encerrada a cerimônia de premiação máxima do videoclipe brasileiro, realizada quarta pela MTV no Credicard Hall, em São Paulo. A sétima edição do evento foi muito bem coreografada, seguindo fielmente o roteiro e tendo como paradigma o Oscar, seu primo mais velho no clã das premiações.

Do lado de fora, confundiam-se tietes, convidados, seguranças e até um compositor mineiro que, munido de uma faixa na qual estavam grafados seu nome e telefone, implorava por uma chance no showbiz. Lá dentro, meia hora antes do VMB decolar (o início estava previsto para as 22h), uma legião de personalidades se acomodava em seus lugares.

Minutos depois do relógio soar as dez badaladas, o apresentador Marcos Mion pisou no palco do Credicard Hall. Começou então o VMB 2001 e um festival de lances de pastelão que, ao longo da festa, confirmariam o VJ como o palíndromo tropical de Billy Cristal, o mestre-de-cerimônias preferido do Oscar.

O show de Gabriel O Pensador e de seus conterrâneos do AfroReggae precedeu o anúncio do vencedor na categoria Rock. O troféu foi para Rubão, O Dono do Mundo, do Charlie Brown Jr., que ainda levaria o grande prêmio da noite, o da Escolha da Audiência. “Eu não ‘tava’ esperando nada disso, foi uma surpresa”, disse o vocalista Chorão. “Me considero um vencedor”, completou.

Consagrado mesmo foi O Rappa, cujo vídeo O que Sobrou do Céu levou os prêmios de Clipe do Ano, Direção e Fotografia, além de protagonizar, ao lado do Sepultura, o melhor show da noite ao embalar a música Ninguém Regula a América e o momento mais emocionante, quando Marcelo Yuka (limitado a uma cadeira de rodas desde que foi baleado, em novembro do ano passado) subiu ao palco e foi aplaudido de pé.

E, em meio a tudo isso, houve uma série de ressurreições artísticas, como a do platinado Supla e do menino-veneno Ritchie, que apresentaram, respectivamente, os prêmios de Pior Clipe – uma marmelada protagonizada por Mion e pelo primogênito de Marta e Eduardo Suplicy – e de Pop, concedido ao vídeo Eu, do Pato Fu. O quarteto mineiro também promoveu uma ressurreição no videoclipe ao usar um theremin, instrumento musical criado em 1919 e usado pelos Mutantes e em trilhas sonoras de filmes como O Dia em que Terra Parou e Farrapo Humano. “Apesar de ser um coadjuvante, o theremin foi útil para a música e para o clipe”, afirmou John, guitarrista do Pato Fu.

Jaquetões de couro e transparências generosas como as do figurino de Fernanda Lima e da modelo Mariana Weickert dividiram a atenção com a premiação de outras categorias. Entre os destaques, MV Bill (Soldado do Morro) levou o troféu de Rap – “um clipe da melhor qualidade”, segundo Thaíde –, a banda Bidê ou Balde (Melissa) foi considerada a Revelação do ano e Marisa Monte (O que Me Importa) superou seus concorrentes na categoria MPB.

E quem esperou o encerramento da festa, teve o gostinho de ver as primeiras cenas do Acústico MTV do cantor Roberto Carlos sem o Roberto Carlos, já que continua o impasse entre MTV e Globo, emissora que detém um contrato exclusivo sobre o direito de uso de imagem do rei. A MTV reprisará o VMB 2001 sábado, às 8h e 22h, e domingo, às 18h.




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