Setecidades Titulo
Curva perigosa tira o sono de moradores do Campanário
Por Aline Mazzo
Especial para o Diário
01/09/2005 | 08:44
Compartilhar notícia


Os moradores da rua Jacuí, no Jardim Campanário, em Diadema, já não sabem mais como evitar que os carros que entram no início da rua – saídos da avenida Brasília – percam o controle e atinjam suas casas. Eles já fizeram diversas reclamações na Prefeitura e até um abaixo-assinado solicitando radar, mas não obtiveram respostas. O acidente mais recente aconteceu no último domingo, quando um carro em alta velocidade saiu da avenida Brasília e perdeu o controle ao entrar na rua Jacuí. O veículo entrou na calçada onde estavam pessoas que só não foram feridas porque, de acordo com testemunhas, o motorista bateu em cheio em um poste.

O carpinteiro Cosmo Maciel da Silva, 37 anos, diz que ainda está com medo do que presenciou. "Eu vi o carro fazer a curva e cruzar a pista. Ele vinha na direção da minha namorada e do meu filho, que estavam na calçada. A sorte foi que corremos para dentro da casa e o carro parou no poste", conta. Não foi a primeira vez que um fato assim ocorreu. Silva afirma que diversos carros desgovernados já foram parar sobre sua calçada. "Vivo com medo de que algum carro entre no meu portão. Imagina se pega alguma criança?", questiona.

Os acidentes são freqüentes porque existe um curva bastante aberta na junção da rua Jacuí com a avenida Brasília. Os carros, que geralmente trafegam no local em alta velocidade, perdem o controle facilmente. A professora Maria Eli Nascimento, que mora bem na esquina fatídica, já foi vítima duas vezes da falta de segurança viária. "Há muitos anos, um ônibus derrubou meu muro e foi parar dentro do quarto. E há menos de dois anos, um carro perdeu o controle e entrou no meu quintal", conta. Maria já ligou para a Prefeitura diversas vezes. No ano passado, foi informada simplesmente de que era proibida a colocação de proteções nas calçadas, as chamadas defensas.

Vizinho de Maria Eli, o aposentado Antônio Inácio Pereira, 70 anos, até colocou sua casa no seguro depois que um ônibus derrubou seu muro e bateu no carro zero que estava na garagem, há seis anos. "Eu vivo com medo que algum carro entre aqui dentro de casa. Durante a noite, eu escuto muitas freadas fortes e quando abro a janela o carro está quase no meu portão", fala. Pereira teve que providenciar serviços de funilaria e pintura para seu carro há menos de dois meses porque deixou o veículo estacionado na rua e um carro que vinha da avenida Brasília bateu na lateral. "A maioria dos carros entra em alta velocidade aqui. Sempre acima de 80 km/h", relata.

Abaixo-assinado – Na tentativa de resolver de uma vez por todas o problema, Cosmo Maciel da Silva e seu irmão organizaram abaixo-assinado que pedia um radar para a avenida Brasília. Entregaram o documento para a Prefeitura no ano passado, mas até agora não obtiveram retorno. "Acho que eles não ligam para nós. Fui à Câmara na semana passada e falei para um vereador sobre o problema, mas ele não deu atenção. Só vão lembrar do caso quando alguém morrer", desabafa.

A Prefeitura informa que as duas vias estão devidamente sinalizadas e a velocidade máxima permitida no local é de 30 km/h. Em junho de 2004, ainda segundo a Prefeitura, foi instalado um semáforo na esquina da rua Solimões com a avenida Brasília, para diminuir a velocidade dos veículos. Para observar o problema, a Prefeitura promete acionar uma operação de trânsito temporária no local. Quanto à colocação de defensas nas calçadas, a administração municipal alega que a instalação do recurso naquele local é proibida por lei porque as calçadas são muito estreitas para comportar a proteção.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;