O Santos vai partir para cima da Portuguesa já nos primeiros minutos. Sabendo do risco de a torcida se virar contra a equipe se o time não abrir vantagem rapidamente, o técnico Vanderlei Luxemburgo armou estratégia de guerra, com ataques velozes pelas laterais e vários homens entrando na área. "A gente vai buscar o gol 90 minutos, mas marcar no início será importante para nos dar tranqüilidade", analisou, como bom devoto do treinador, o atacante Reinaldo. O jogo será às 16h deste domingo, na Vila Belmiro, e os santistas, um ponto à frente do São Paulo na classificação do Campeonato Paulista, querem a todo custo a vitória.

Durante a semana que antecedeu o jogo, o técnico martelou a idéia de os atletas entrarem em campo dispostos a definir logo o confronto. "O Vanderlei falou várias vezes da importância de partirmos para frente com velocidade. Precisamos de gols e não podemos errar nas conclusões", disse o atacante Geílson, uma das armas para agilizar o ataque.

Como vários técnicos costumam fazer antes de jogos decisivos, Luxemburgo tenta esconder a escalação do Santos. Não confirma o jovem Jardel na zaga, por exemplo, e nem garante Geílson na frente, e não Rodrigo Tabata. Como todo treinador, também não entrega a estratégia para vencer a Lusa. Mas, com atenção, é fácil descobri-la. Pouco antes do clássico com o São Paulo, na penúltima rodada, o técnico - para não admitir os riscos de o time ter de atuar no Morumbi - declarou que disputar partidas em casa também não era tarefa simples. "Jogar na Vila Belmiro tem como vantagem estar junto dos torcedores, mas também tem o outro lado: se o Santos não fizer gol depois de 20, 25 minutos, a torcida vira contra a equipe", disse. Expôs assim um ponto fraco santista e passou a semana seguinte buscando um antídoto contra ele.

O Antídoto - Assim como os alemães utilizaram os bombardeios relâmpagos na Segunda Guerra Mundial (as blitzkriegs) para deixar sem ação os inimigos, Luxemburgo, com armas menos contundentes, montou um esquema para sufocar a Lusa. A Alemanha usava ataques por terra, ar e água simultâneos, o Santos apostará nas laterais e na ocupação da área adversária. Por toda a semana, os mais cobrados foram os laterais Fabinho, na direita, e Kleber, na esquerda. Devem contar ainda com o apoio de Léo Lima e Magnum. Pegam a bola e lançam na área, onde, com exceção dos defensores, todos jogadores devem aparecer para concluir. Léo Lima, Reinaldo e Magnum treinaram à exaustão as finalizações no início da semana e voltaram a repetir o treinamento na quinta-feira. "Quando surgir espaço, vamos chutar a gol. Mais importante que jogar bonito, temos de marcar gols no domingo", adiantou o meia Léo Lima.