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‘Amarcord’ volta 30 anos depois
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
09/01/2003 | 18:17
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Tem tempo até outubro, quando será arredondado o intervalo de dez anos de morte de Fellini. O coração falhou em 1993, mas o legado de Federico não. A Mais Filmes se adianta e relança neste sábado Amarcord, de 1973, com uma cópia na Sala Uol de Cinema, em São Paulo. A reestréia vem na cola do tardio lançamento de Os Palhaços, que finalmente chegou ao Brasil, 31 anos depois de concluído, faltando poucos dias para as folhinhas de 2002 terem como destino o lixo.   

Cabem nos dedos aqueles que discordam que Amarcord é uma das três grandes obras do cineasta italiano. Fecha um ciclo. Depois desse filme, Fellini nada fez com tanta primazia. Assinou trabalhos menores, mas nunca deixou de ter algo a dizer (ou melhor, a ilustrar), mesmo em Casanova de Fellini ou Ginger e Fred. Mas não dá para compará-los a A Doce Vida, Oito e Meio ou Amarcord. Seria covardia.   

O diretor sempre discordou que Amarcord fosse autobiográfico. O filme leva a crer nisso, tal a intimidade com que ele conduz pelos corredores das relações e pelos aposentos psicológicos de uma família de Rimini, durante a ascensão de Mussolini nos anos 30; suas idas ao cinema, os mexericos com vizinhos, as expectativas de um vilarejo em sintonia desigual com os fatos da capital. Uma vez Fellini, sempre Fellini.




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