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Petroleiros param a Refinaria de Capuava

Trabalhadores são contra a venda de ativos e reivindicam recomposição do efetivo na Petrobras

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
04/11/2015 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


Os trabalhadores petroleiros fizeram ontem paralisação na Recap (Refinaria de Capuava), em Mauá, como parte da estratégia para pressionar a Petrobras a negociar com a categoria. Segundo o diretor do Sindipetro (Sindicato Unificado dos Petroleiros no Estado de São Paulo) Auzélio Alves, quase todos os 450 funcionários diretos cruzaram os braços. “Só uma equipe de contingência, com alguns gerentes e engenheiros, trabalhou para garantir que não ocorressem acidentes”, afirmou. Houve também atraso de quatro horas na entrada dos 900 terceirizados. “A greve continua forte, estamos de plantão na Recap”, disse o dirigente. Os atos devem prosseguir hoje com ação em São Caetano (onde funciona terminal de combustíveis da companhia). A mobilização é nacional. Na Bacia de Campos, 42 plataformas do total de 49 já aderiram ao movimento, de acordo com a entidade sindical.

A categoria, que tem data-base em 1º de setembro e que é encabeçada na mesa de negociações pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), está em greve desde domingo. O foco é uma série de reivindicações “políticas”: contra o desmonte da Petrobras e pela suspensão da venda de ativos da estatal; pela manutenção da política de compras de componentes com conteúdo nacional e também a preservação da legislação do pré-sal; e ainda pela abertura de concurso público para a recomposição do efetivo, após PDV (Programa de Demissão Voluntária) que ganhou a adesão de mais de 8.000 pessoas neste ano. A FUP ainda não apresentou pauta de reajuste salarial, já que o foco inicial é a preservação da companhia. Desde junho, a federação tenta negociar com a empresa alternativas para que “a empresa mantenha seu papel de indutora do desenvolvimento econômico”, conforme comunicado da entidade. “Segundo estudos do Ministério da Fazenda, para cada R$ 1 bilhão que a Petrobras deixa de investir no País, o efeito sobre o PIB (Produto Interno Bruto) é de R$ 2,5 bilhões. Se os cortes continuarem, a estimativa é de que 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019”, informa o texto endereçado à população.

A federação assinala ainda que “o condenável esquema de corrupção, envolvendo ex-diretores e ex-gerentes, não pode servir de pretexto para privatizar uma empresa cujos investimentos gerados respondiam, até há bem pouco tempo, por 13% do PIB (ou seja, a soma das riquezas produzidas no País)”. Procurada pela equipe do Diário para comentar sobre a paralisação na Recap, a Petrobras não deu resposta até o fechamento desta edição.




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