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São Bernardo puxa venda de novos imóveis na região
Por Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
29/08/2005 | 08:08
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As vendas de imóveis em São Bernardo asseguraram o crescimento positivo de 8% na comercialização de casas e apartamentos novos no Grande ABC durante o primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2004. Enquanto Santo André e São Caetano tiveram quedas de 16% e 20%, respectivamente, São Bernardo registrou alta de 28%, superior inclusive ao desempenho do setor em São Paulo (21%) nos seis primeiros meses do ano.

Das 1.226 unidades vendidas na região nos seis primeiros meses deste ano, 808 ficam em São Bernardo – 66% do total. Os dados são do Secovi (Sindicato da Habitação), que não inclui no levantamento os municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, considerados inexpressivos nas estatísticas de comercialização de imóveis novos.

O fenômeno em São Bernardo, de acordo com construtoras da região consultadas pelo Diário, é decorrência do grande número de empreendimentos lançados desde o fim do ano passado. Segundo os empresários, a concentração de lançamentos na cidade se deve à rapidez na aprovação de projetos por parte da prefeitura local e ao maior número de terrenos vagos, tanto nas regiões nobres quanto nos bairros com predominância da população de baixa renda.

“Em São Bernardo, há um trabalho mais eficaz por parte da Prefeitura para a aprovação de projetos e a vantagem do grande número de terrenos vagos. Em São Caetano, temos rapidez do poder público, mas não há espaços vazios. Já em Santo André ocorre o contrário – existem terrenos, porém a aprovação é bastante demorada”, explica Rosana Carnevalli, diretora do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) no Grande ABC.

Rosana afirma que recebe muitas reclamações de construtores da região em razão da demora em Santo André. “As regras de licenciamento ambiental são mais rígidas, sem contar que o processo passa por diversos departamentos. Alguns empresários chegam a esperar até um ano pela liberação para construir. Enquanto isso, em São Bernardo e São Caetano o prazo médio gira em torno de três a quatro meses”, conta.

A Prefeitura de Santo André contesta a informação de que a aprovação pode demorar até um ano e informa que, se a documentação estiver completa e correta, e o projeto observar as normas urbanísticas e da edificação, a aprovação se dá em 16 dias úteis. Caso seja necessária licença ambiental, pode levar até seis meses.

A avaliação de Rosana Carnevalli, do Sinduscon, é corroborada por Milton Bigucci, presidente da Acigabc (Associação das Construtoras, Incorporadoras e Administradoras do Grande ABC) e vice-presidente do Secovi no interior do Estado – inclui as regiões do Grande ABC, Bauru, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Jundiaí, Sorocaba, Campinas e Baixada Santista. “A aprovação é mais rápida em São Bernardo e a burocracia é menor. Isso incentiva as construtoras a lançarem empreendimentos na cidade.”

De acordo com Bigucci, a confirmação disso é o número de empreendimentos lançados em junho passado, que representou o melhor resultado do mês desde 2002. Foram 444 unidades disponibilizadas no mercado da região, das quais 336 vendidas – destas, 212 em São Bernardo, 67 em Santo Andé, 25 em São Caetano e as demais 32 divididas entre as outras quatro cidades do Grande ABC. Ele informou que Vila Caminho do Mar, Rudge Ramos e Assunção foram os bairros com mais imóveis vendidos em São Bernardo. Os dados são da Acigabc, que monitora empreendimentos de 90% das construtoras da região.

“Um dos fatores que contribuíram para as vendas em São Bernardo foi o aumento da oferta de crédito. Dos 336 imóveis comercializados, 285 foram vendidos com financiamento dos bancos”, complementa Bigucci. Com base no número positivo do semestre, a expectativa é que a comercialização no segundo semestre tenha incremento de 12% na comparação com janeiro a junho deste ano e que a região ultrapasse as 1.370 unidades vendidas.

O empresário Ricardo Di Folco, proprietário da construtora Di Folco, de São Bernardo, concorda com as explicações do Secovi e do Sinduscon para o crescimento expressivo da comercialização de imóveis novos em São Bernardo.

“Os procedimentos para a aprovação de projetos são bem mais rápidos. Em Santo André, por exemplo, quem quer lançar prédio para o ano que vem, precisa dar entrada agora. Já em São Bernardo e São Caetano não é assim.”

Segundo Di Folco, após o lançamento de empreendimento em São Bernardo no fim do ano passado, o residencial Varandas, 160 unidades foram vendidas em menos de dois meses.




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