A GM (General Motors) lidera o ranking de queixas das dez montadoras mais reclamadas no Procon-SP. Dos 299 registros realizados de janeiro a agosto, 74 (24,7%) foram referentes à fabricante de São Caetano. Na sequência, a segunda mais reclamada também está na região. A Ford, de São Bernardo, teve 48 queixas (16%). A Volkswagen, da mesma cidade, figura na quarta posição, com 40 registros (13,3%). O terceiro lugar ficou com a Fiat, de Betim (Minas Gerais), com 42 reclamações (14%).

O que chamou a atenção do Procon-SP, além do volume de registros, foi o pequeno índice de solução, que ficou abaixo de 65%. No caso da GM, o percentual foi de 46%. Da Ford, 54% e, da Volkswagen, 62%. “Esse baixo índice se deve ao fato de dificilmente a montadora admitir que o problema é dela, sendo que o carro é zero-quilômetro e saiu assim da fábrica”, explica a assessora técnica do Procon-SP Marta Aur. “Ou alegam que o consumidor que gerou o problema, ou dizem que não saiu da fábrica com o defeito ou que já repararam, mas, na verdade, ele ainda persiste.”

Os principais problemas alegados foram produtos com vício, ou seja, com algum defeito, como no rádio, no tapete, ou que afete a dirigibilidade, na embreagem ou no freio, exemplifica ela.

A assessora técnica conta que, muitas vezes, mesmo com o acionamento do Procon-SP as fabricantes não oferecem solução. “E, às vezes, oferecem quando o carro já está há mais de 30 dias parado ou o proprietário já teve de levá-lo diversas vezes na concessionária, que é o braço da montadora.” No entanto, ela ressalta que, apesar de o Código de Defesa do Consumidor prever a troca do produto ou o cancelamento da compra quando há o defeito, as fabricantes não fazem esse tipo de proposta ao cliente.

Marta orienta que quem estiver nesta situação deve primeiro procurar a concessionária onde adquiriu o veículo e guardar cópia da reclamação formalizada e demais documentos. Ao mesmo tempo, é bom procurar o SAC da montadora. Se não for resolvido, o próximo passo é acionar o Procon.

Procuradas, a GM disse que não se pronunciaria sobre o assunto e a Ford e Volkswagen não responderam à equipe do Diário até o fechamento desta edição.