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Troca do sistema atrapalha lotéricos do Grande ABC
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
14/03/2006 | 08:01
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A troca dos equipamentos informatizados das casas lotéricas no Grande ABC surte efeitos negativos por conta das falhas técnicas apresentadas pelo novo sistema. Empresários consultados pelo Diário contam que as máquinas ficam até duas horas fora do ar, espantando os clientes. Em contrapartida, a Caixa Econômica Federal alega que a situação é transitória e típica de um processo de renovação do equipamento.

Os problemas derrubam o faturamento, segundo as casas lotéricas. Os clientes que não encontram os serviços disponíveis realizam as apostas em outras unidades e, em caso de pagamento de contas, partem para a rede bancária. Os empresários que ainda não trocaram os equipamentos temem a mesma conseqüência.

Atualmente, a região conta com 133 unidades e apenas 10 tiveram os equipamentos instalados. Em toda a rede, 23 máquinas operam com o novo sistema, restando 454 máquinas. A Caixa tem até 14 de maio para efetuar as trocas e diz estar dentro do cronograma. Após a data, o banco deixa de contar com os serviços da Gtech – empresa envolvida em denúncias de corrupção.

O presidente do Sincoesp (Sindicato dos Comissários e Consignatários do Estado de São Paulo) e vice-presidente da Febralot (Federação Brasileira das Empresas Lotéricas), Luiz Carlos Peralta, diz que as reclamações são constantes. “Registramos mais de 200 e-mails de lotéricos sobre problemas no sistema”, conta.

Em relação aos danos financeiros, Peralta diz que a Caixa deve ser responsabilizada. “O sistema é da Caixa. Queremos indenização aos lotéricos devido às paralisações do sistema”, reclama.

Na Estação Mauá Loterias, de Mauá, estima-se queda de até 60% no faturamento desde a instalação das novas máquinas no dia 23 de janeiro. “Com o sistema parado, forma fila até fora da lotérica. Os clientes se queixam”, reclama a gerente Jucilene Abrantes Saga. Dos quatro computadores, apenas um funciona para serviços limitados. “Os novos param. Ficam até três horas fora do ar.”

A gerente da Mauá Loterias, Clarice Moreno, diz que a situação está “caótica”. “Desde o dia 1º de março, só tenho apenas filas e prejuízo”, reclama. “Na verdade, os terminais foram instalados, mas o sistema não opera. Funcionam dois, três minutos e depois não conseguimos reiniciar”, relata. De seis equipamentos, quatro foram instalados pela Caixa.

Clarice conta que o banco não informa uma previsão de normalização das operações. Para contornar os transtornos e não perder faturamento, a gerente encaminha os clientes à lotérica do Mauá Plaza Shopping (do mesmo proprietário), que não teve ainda os equipamentos trocados. “Peço para as pessoas irem ao shopping para tentar atendê-los da melhor forma possível. Mas ficamos preocupados com a troca dos equipamentos dessa unidade.”

Embora as máquinas estejam encaixotadas desde setembro passado e com previsão de instalação para dezembro, a Chaparral Lotéricas, de Santo André, aguarda a troca dos equipamentos para os próximos dias. “Não tenho previsão. Quando for trocar, a Caixa vai avisar com cinco dias de atencedência”, conta o proprietário João Roberto Bueno de Sousa.



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