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Papa homenageia padre Santoro, artesão do diálogo com o Islã
Da AFP
08/02/2006 | 17:25
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O Papa Bento XVI pediu, durante sua audiência geral das quartas-feiras, que a morte do padre italiano Andrea Santoro, assassinado domingo, na Turquia, sirva para a causa da paz e do diálogo entre as religiões. O crime foi cometido por um adolescente turco de 16 anos em seguida à publicação das caricaturas de Maomé, que causaram revolta no mundo muçulmano. O assassino gritou "Alá é grande" no momento da fuga.

"Que o Senhor receba a alma deste corajoso e discreto servidor do Evangelho e faça o sacrifício de sua vida contribuir para a causa do diálogo entre as religiões e a paz entre os povos", afirmou o pontífice. O padre italiano de 61 anos, que morava há cinco anos em Trabzon, Anatólia (nordeste da Turquia), foi assassinado com dois tiros no peito enquanto rezava em sua igreja.

A morte do clérigo foi considerada pela imprensa italiana uma conseqüência da onda de protestos suscitada pela publicação de caricaturas de Maomé em vários jornais europeus.

O Papa, que na segunda-feira disse estar "profundamente comovido" com o trágico desaparecimento de dom Andrea, pediu em várias ocasiões em menos de uma semana que sua morte contribua para o entendimento entre os povos e não alimente conflitos. "Que o sangue derramado se transforme em semente de esperança para construir a autêntica fraternidade entre os povos", pediu o chefe da Igreja Católica.

O Sumo Pontífice citou a carta que o sacerdote lhe havia enviado pouco antes de morrer e na qual o convida para visitar "seu pequeno rebanho de 8 a 9 católicos e muitos ortodoxos e muçulmanos" por ocasião da viagem de Bento XVI à Turquia em novembro. O enterro do religioso, que teve o corpo trasladado na terça-feira para a Itália, acontecerá na sexta-feira na Basílica romana de São João de Letrão sob a condução do italiano Camillo Ruini, presidente da conferência episcopal italiana e superior direto.

As duas câmaras do Parlamento italiano prestaram homenagem ao sacerdote observando um minuto de silêncio, enquanto as ruas da capital foram tomadas por cartazes com a foto do religioso. A imprensa romana lembrou que o religioso apoiou durante os anos 80 os familiares dos desaparecidos ítalo-argentinos durante a ditadura Argentina (1976-1983), quando fazia parte da igreja da Trasfigurazione.




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