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Polícia prende oviedistas em visita de De la Rúa
Do Diário do Grande ABC
14/05/2000 | 16:21
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A polícia paraguaia prendeu 22 militantes do movimento oviedista Uniao Nacional de Colorados Éticos (Unace), entre eles a filha do líder do grupo, Lino Oviedo, poucas horas antes da chegada do presidente argentino Fernando de la Rúa, em visita oficial ao Paraguai.

Segundo o Departamento de Relaçoes Públicas da polícia, os oviedistas foram presos por "violar a Constituiçao Nacional". O grupo teria tentado bloquear uma das principais avenidas da capital, a avenida Mariscal López.

Mas segundo o porta-voz da Unace, Max Narváez, os militantes "apenas distribuíam folhetos do movimento aos motoristas, quando foram presos", entre eles a filha do líder do movimento, Fabiola Oviedo, 20 anos.

Todos foram levados para as instalaçoes da antiga Guarda de Segurança, transformada no ano passado em prisao de importantes políticos do movimento oviedista.

O Governo colocou todos os efetivos do Exército e da Polícia de prontidao e ordenou a todas as forças da ordem a ir às ruas da capital paraguaia, para prevenir possíveis distúrbios de rua.

Uma Frente Sindical e Social, que aglutina a maioria dos funcionários públicos, anunciou mobilizaçoes e atos de protesto por causa da recente decisao do Senado, de iniciar o processo de privatizaçoes.

A chegada do presidente argentino coincidiu também com uma série de falhas elétricas, que acabaram resultando num blecaute no aeroporto internacional, segundo as emissoras de rádio locais.

Lino Oviedo, ex-chefe do Exército e ex-candidato presidencial pelo Partido Colorado oficialista, renunciou em 9 de dezembro passado ao asilo oferecido em março de 1999 pelo ex-presidente argentino Carlos Saúl Menem, um dia antes da posse de De la Rúa.

De la Rúa havia prometido devolvê-lo ao Paraguai para ser processado como suspeito de ser o autor intelectual do assassinato do vice-presidente Luis Argaña, morto num atentado em 23 de março de 1999.

O ex-militar passou à clandestinidade e desde entao dirige seu movimento distribuindo instruçoes através de um telefone celular, que também usa para entrevistas às emissoras de rádio da capital e do interior.

A defensa de Oviedo e de seu ex-afilhado político, o ex-presidente Raúl Cubas (exilado no Brasil), nega que eles estejam envolvidos no crime e afirma que "entre eles (os argañistas) está o assassino".

A polícia reprime as reunioes dos oviedistas e os ativistas costumam fazer manifestaçoes-relâmpago para burlar a vigilância das forças de segurança.




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