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Empresário acusa membro no PT de ser sanguessuga
15/07/2006 | 08:36
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Entre os casos de pagamento de supostas propinas pelos empresários do esquema dos sanguessugas consta como beneficiário um integrante do diretório nacional do PT. Trata-se do ex-diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e candidato a deputado Federal pelo Ceará, José Aírton Cirilo.

Em seu depoimento aos integrantes da CPI em Cuiabá, na terça-feira, o empresário Darci Vedoin afirmou que em 2003 a Planam teria pago supostas comissões em favor do petista para que ele fizesse gestões junto ao Ministério da Saúde e conseguisse a liberação de recursos referentes a 130 ambulâncias vendidas em 2002, ainda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que estavam pendentes de pagamento. Os repasses teriam alcançado o valor de aproximadamente R$ 800 mil.

No depoimento, Darci Vedoin contou que nos primeiros meses de 2003, por força de um decreto baixado pelo governo Lula a Planam passou a encontrar dificuldades em receber o dinheiro, embora todas as ambulâncias já tivessem sido licitadas e 115 delas entregues às prefeituras beneficiárias.

O empresário afirmou que teria chegado a se encontrar com o ministro da Saúde da época, Humberto Costa, na tentativa de resolver o problema e Costa teria lhe respondido que ele não receberia os recursos.

Segundo Vedoin, um período após o encontro com o ministro, foi procurado por dois supostos emissários de José Aírton – “Lacerda” e “Diniz”. Os dois informaram que José Aírton poderia fazer gestões junto ao Ministério da Saúde e ajudá-lo a receber o dinheiro.

Darci Vedoin disse que a esse primeiro encontro se seguiram vários outros, inclusive com o próprio José Aírton. Ao final, teria ficado acertado que o dono da Planam repassaria 5% do valor de cada ambulância cujo pagamento fosse liberado.

Segundo relatou Darci, parte dos convênios relativos às ambulâncias foi de fato quitada e a suposta comissão teria sido paga. “Eu estou contando isso aqui, mas vou falar mesmo isso é na Justiça, onde apresentarei as provas”, disse.

Em seu depoimento à Justiça Federal, o filho de Darci Vedoin, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, relata a mesma história.

Segundo ele, aproximadamente R$ 800 mil teriam sido depositados em contas-correntes de terceiros, supostamente ligados a José Airton. Luiz Antônio entregou à Justiça Federal documentos que comprovariam os depósitos.

Procurado, o ex-ministro da Saúde Humberto Costa afirma que não se lembra de ter recebido Darci Vedoin, mas isso é possível. Em decorrência do decreto baixado por Lula, dezenas de prefeitos, assessores de prefeitos e empresários que enfrentavam problema idêntico ao de Vedoin o procuraram no ministério. “Se o encontrou houve, está na minha agenda e isso pode ser checado no Ministério da Saúde.”




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