A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) de manter a taxa básica de juros na mínima histórica de 0,5% e o programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras (US$ 583,51 bilhões) na reunião do último dia 9 foi unânime, segundo a ata do encontro. O documento publicado hoje, no entanto, sugere que começa a ganhar força o debate sobre o momento adequado para o BC inglês começar a elevar juros.

Foi por pouco que "alguns" integrantes do comitê de política monetária do BoE não decidiram elevar o juro básico na reunião deste mês, de acordo com a ata. Para essas autoridades, que não foram identificadas, a crise da dívida da Grécia foi um fator decisivo para a manutenção da taxa.

"Fora essa incerteza, a decisão entre manter a taxa no nível atual e elevá-la levemente está ficando cada vez mais equilibrada", registra a ata.

Atas anteriores do BOE mostravam que apenas dois integrantes do comitê estavam divididos em relação ao aumento da taxa. A menção de "algumas" autoridades no documento desta quarta, porém, sugere que pelo menos mais um dirigente começa a pender para o início do aperto monetário.

Há alguns meses, Martin Weale e Ian McCafferty vêm sinalizando que poderão em breve defender uma pequena elevação na taxa básica. Já David Miles, que vai deixar o comitê do BoE após a reunião de agosto, afirmou em discurso recente que os argumentos a favor de um aumento da taxa são mais fortes do que já foram em qualquer outra ocasião de sua carreira de seis anos na junta que define a política monetária britânica.

Desde a última reunião do BoE, a Grécia e seus credores internacionais chegaram a um acordo que estabelece as condições para um terceiro pacote de resgate, o que diminui os riscos externos e favorece a alta de juros no Reino Unido.

Os investidores, porém, questionam se o aumento do juro britânico terá apoio majoritário antes do começo de 2016. Recentemente, o presidente do BoE, sugeriu que a decisão sobre alta de juros poderá ocorrer na virada do ano.

No mercado de câmbio, a libra teve reação contida à ata do BoE e se manteve valorizada. Às 6h17 (de Brasília), a moeda britânica subia a US$ 1,5627, de US$ 1,5558 no fim da tarde de ontem. Fonte: Dow Jones Newswires.