A expulsão na derrota para o ASA-AL, na sexta-feira (2 a 0), pela Série B do Brasileiro, pode render muito mais do que apenas um jogo de suspensão a Alê. Isso porque o árbitro sergipano Rogério Lima da Rocha relatou na súmula ter sido ofendido pelo jogador, e como o volante já foi punido por problemas semelhantes na partida contra o Coritiba, a reincidência pode deixá-lo por até seis rodadas fora da equipe.

No documento oficial do jogo de Alagoas, o juiz colocou que Alê foi expulso "por atingir o adversário com o braço, de forma temerária, na altura do peito". Depois disso, o jogador teria se reportado ao árbitro e dito "vai tomar no c...", o que pode enquadrá-lo no artigo 258 parágrafo 2º do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), por "desrespeitar os integrantes da equipe de arbitragem", podendo pegar de um a seis jogos de suspensão.

O grande problema é que o jogador é reincidente. No jogo entre Santo André e Coritiba, no Brunão, pela sétima rodada, o árbitro carioca Antonio de Carvalho Schrider também o expulsou após receber ofensas do volante, e colocou tudo na súmula. "Seu burro, filho da p..., vai ficar na geladeira, seu safado", teria dito Alê na ocasião - a bronca seria, sobretudo, pela expulsão do goleiro Júlio César, ainda no primeiro tempo daquela partida. Depois de julgado, pegou dois jogos de suspensão.

Agora, a diretoria do Santo André aguarda a convocação do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para o próximo julgamento mas também pode repreender Alê internamente. "Vamos aguardar, mas ele tem grande possibilidade de pegar no tribunal punição igual ou maior que a outra. A reincidência pesa contra ele. Acredito que se não houvesse ofensa, não teria problema, porque a expulsão foi normal. O Sérgio (Soares, técnico) vai conversar com ele, a diretoria também e é possível uma punição", disse o diretor de futebol Juraci Catarino.

Segundo o dirigente, o fato de o jogador ficar fora da equipe contra o Bragantino (sábado, no Brunão), o que significaria a quarta ausência em 15 rodadas da Série B - pela suspensão recebida de dois jogos, por ter recebido três amarelos e agora por este vermelho - é algo a ser explicado pelo volante. "Não é normal."

Outro fato para o qual Catarino chamou atenção foi aos momentos das expulsões de Alê: contra o Coritiba, após o jogo, e frente ao ASA, aos 41 minutos do segundo tempo. "Foram expulsões em momentos da partida que não iria resolver mais nada. Foi apenas prejuízo para os jogos sequentes", lamentou.

Sobre possível multa no salário do jogador ou qualquer outro tipo de ação, Catarino não quis adiantar nenhum tipo de decisão. "Não vamos antecipar nada. Mas se sentirmos necessidade, providências serão tomadas", concluiu o dirigente.