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Híbridos são solução paliativa; futuro passa pelos elétricos
Por Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
02/12/2009 | 07:00
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Em 2009, a Ford iniciou a venda do Fusion híbrido. Além do tradicional propulsor a combustão interna, o modelo traz um segundo motor elétrico que proporciona emissão zero. Apesar de a montadora apostar nesta nova tecnologia, o engenheiro-chefe de motores, Enio Gomes, acredita que o híbrido é apenas uma solução paliativa. Um band-aid.

Para o especialista em propulsores, a direção a ser seguida é rumo aos veículos totalmente elétricos - a Ford prepara o lançamento do Focus elétrico para o fim de 2010. No entanto, a indústria automobilística ainda esbarra na necessidade de desenvolver baterias mais eficientes - menores, com maior durabilidade, mais baratas e com processos viáveis de produção em grande escala. "Não falta dinheiro para investir no desenvolvimento das baterias", revela Gomes.

Ele, no entanto, é um entusiasta do motor a combustão interna. Segundo ele, este sistema tem muito a evoluir e deve estar presente "ainda nos próximos 20 anos". O gerenciamento eletrônico da queima de combustível em busca de melhor eficiência é um dos pontos, de acordo com o engenheiro-chefe, que tem muito a evoluir. "Muitas montadoras apostam nisso".

ETANOL - A aposta no etanol como fonte de energia renovável também é exaltada por Gomes, engenheiro mecânico formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e torcedor do Botafogo. Para ele, o combustível extraído da cana-de-açúcar é uma tendência mundial. "A Europa aprovou recentemente o E85 (85% de álcool na gasolina)".

Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e especialista em motores e combustíveis, também apoia o etanol. De acordo com ele, em termos de emissões, o álcool está muito à frente de outros tradicionais combustíveis, como a gasolina e o diesel.

Questionado sobre a possibilidade de o Brasil passar a utilizar motores a diesel em carros de passeio, Nigro mostrou-se contrário, apesar de serem mais econômicos e duráveis. Para ele, os propulsores a diesel são muito caros e não valem a pena em relação aos flex ou mesmo aos que funcionam apenas com combustível fóssil.

BIODIESEL - O biodiesel não é visto como a melhor opção entre os combustíveis alternativos na opinião de Gomes. Para ele, o biodiesel degrada-se rapidamente, transformando-se em gel, o que impossibilita, por exemplo, a utilização de um veículo que ficou parado por alguns meses.




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