Este definitivamente não é o Campeonato Brasileiro pelo qual Nunes esperava realizar pelo Santo André. Não bastasse o baixo rendimento em gols marcados pelo atacante na competição (apenas seis), já foi expulso três vezes, contra Santos, Grêmio e Vitória. E este último cartão vermelho, na 27ª rodada, no Bruno Daniel, pode lhe render um gancho de até dez jogos pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que vai julgar o jogador na tarde de hoje e já pode tira-lo da partida de amanhã, contra o Palmeiras.

Incurso nos artigos 254 (jogada violenta, pena de dois a seis jogos) e 251 (reclamar da arbitragem, até quatro partidas) do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), Nunes se defende e tem a prova de vídeo a seu favor. No lance, o árbitro catarinense Paulo Henrique Bezerra alegou que o atacante deu cotovelada no zagueiro Marco Aurélio em dividida de bola. Dessa forma, o andreense acabou expulso (vermelho direto) de campo e, na saída, reclamou tanto com o juiz quanto com o quarto árbitro, dizendo, conforme a súmula: "Avisa que ele está faltando com respeito".

"É sim uma falta de respeito. O árbitro tem de ter vergonha na cara. Eu não agredi o jogador, não dei cotovelada, o lance é claro e o vídeo mostra. Mas contra o Santo André é assim mesmo", lamentou o camisa nove. "Se caso eu pegar essa pena (dez jogos), vou respeitar e cabe ao Santo André entrar com recurso", emendou.

O atacante reitera que não ofendeu a arbitragem e que sobre isso não pode ser cobrado. Além disso, deixou claro que questionar o juiz é uma prática sua, de praxe, que continuará a fazer. "Não ofendi ninguém, apenas reclamei, esse é o meu jeito e não vou mudar", esbravejou.

Sendo assim e na dúvida se vai ou não ao Rio de Janeiro, sede do STJD, para se defender, Nunes confia na decisão dos integrantes do tribunal. "Acredito em quem julga, são pessoas inteligentes, conscientes, corretas e estou tranquilo porque não fiz nada", completou.

Nas vezes anteriores, Nunes teve uma vitória e uma derrota no tribunal. Após a expulsão contra o Santos, acabou suspenso por dois jogos. Pelo cartão vermelho recebido contra o Grêmio, foi absolvido.

Caso seja punido, o jogador nem enfrenta o Palmeiras, amanhã, no Bruno Daniel. Mesmo assim, Nunes prefere não pensar nisso. "Vou seguir trabalhando, concentrado, como se fosse para o jogo", concluiu.

Time está na descendente desde a 13ª rodada

As realidades do Santo André durante este Campeonato Brasileiro foram diversas desde o início da competição, em maio. Na reestreia pelo torneio 25 anos depois da última participação, empatou com o Botafogo (2 a 2) no Bruno Daniel. Na sequência, foi ao Couto Pereira e aplicou uma goleada de 4 a 2 no Coritiba, chegando ao terceiro lugar.

Com o passar dos jogos, o time se manteve no topo, integrando, no mínimo, a zona da Sul-Americana. Entre a décima e 13ª rodada, inclusive, figurou entre os dez primeiros. Mas depois...

Jejum de vitórias e gols, trocas de treinador, dispensas, afastamentos e contratações. Tudo isso foi criando ambiente adverso no Ramalhão, que começou a cair pela tabela. Ingressou na zona do rebaixamento pela primeira vez na 19ª rodada e a partir da 24ª só saiu uma vez (na 28ª).

"Foram sequencias de três derrotas com o Sérgio Guedes, depois seis derrotas em oito jogos com o Gallo, aí tivemos essa queda. Julgo o Brasileiro um campeonato muito difícil. Até a décima rodada, enquanto os adversários ainda miravam Libertadores e Copa do Brasil, a situação era uma. Mas a partir do momento em que focaram as forças no Brasileirão, aí ficou mais difícil", argumentou o vice-presidente da Gestão Empresarial, Romualdo Magro Júnior.

Segundo o dirigente, porém, nada está perdido. "Ainda temos oito rodadas e enquanto houver chance vamos lutar. A começar por este jogo contra o Palmeiras, que não está em uma situação boa, vem de três jogos ruins (um empate e duas derrotas). É um bom jogo e temos de aproveitar", concluiu o dirigente.

DE SAÍDA? - O meia Rodrigo Fabri pode estar próximo de deixar o Santo André. O jogador, que vinha sendo titular nos últimos jogos, sequer foi relacionado para a partida contra o Atlético-PR e foi dado como ‘carta fora do baralho' pelo técnico Sérgio Soares. "Ele (Sérgio) disse que não o aproveitaria mais e que não vai mais contar com ele, porque não se enquadrava no atual esquema do time, que necessita de mais força", explicou Romualdo Magro Júnior