O presidente do grupo Quattor, Vítor Mallmann, revelou ontem que a conclusão das obras de expansão da central de produtos petroquímicos básicos (a antiga Petroquímica União), situada no Grande ABC, vai ocorrer dentro de 30 dias.

Conforme o Diário havia adiantado na última semana, faltam só poucos detalhes para que a empresa na região aumente em mais de 40% sua capacidade produtiva de eteno (que é a principal matéria-prima para a fabricação de resinas termoplásticas, que servem, por sua vez, para a produção de peças e embalagens plásticas)

Com isso, a companhia concluirá seu programa de investimentos de US$ 2,3 bilhões no Polo do Grande ABC, para o período de 2005 a 2009, dos quais US$ 1,5 bilhão foi demandados nessa ampliação.

A companhia finaliza instalações para receber gás de refinaria (insumo para poder aumentar sua produção de eteno) da Petrobras, que virá por meio de duto, com 92 quilômetros de extensão, interligando a fábrica da região à Revap (Refinaria do Vale do Paraíba), de São José dos Campos.

A conclusão das obras já deveria ter ocorrido no fim do ano passado, mas alguns problemas, dentre os quais, paralisações de trabalhadores contratados pelas empreiteiras, geraram atraso no andamento do projeto.

EXPORTAÇÕES - Mallmann, que participou ontem de palestra na sede da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), em São Paulo, acrescentou que o aumento de produção - de 500 mil para 730 mil toneladas anuais de eteno - deve fazer com que a empresa amplie suas exportações no segundo semestre.

Atualmente, as vendas ao Exterior da companhia correspondem a cerca de 30% de sua produção. Haverá inicialmente reforço nas encomendas a outros países por conta do ritmo lento da demanda interna em relação ao observado no ano passado em diversos segmentos da economia do País.

Isso se dará não diretamente com o adicional de eteno, que já tem, em grande parte, destino garantido: o atendimento às unidades fabricantes das resinas polietileno e polipropileno, também pertencentes à Quattor e situadas no Polo do Grande ABC.

No entanto, além de abastecer o mercado interno, esses produtos da companhia são importantes na pauta de exportação de Santo André e de Mauá e devem ganhar ainda mais impulso no comércio externo.

Nesta última cidade, a resina polipropileno lidera o ranking de itens mais vendidos ao Exterior. No primeiro semestre, representou 15% do valor obtido pelo município com o mercado internacional, ao somar US$ 19,9 milhões em negócios, 5% mais que no mesmo período de 2008.

O mesmo produto é o quarto do ranking de Santo André, ao somar outros US$ 19,1 milhões na comercialização com clientes de outros países (7% do total exportado em valores pela cidade).