Setecidades Titulo Monitoramento
Áreas de risco ficarão como estão
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
29/01/2009 | 07:00
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O prefeito Luiz Marinho (PT) apresentou ontem o Plano Municipal Preventivo de Defesa Civil de São Bernardo. As ações previstas pelo grupo técnico da Prefeitura ficaram restritas ao acompanhamento meteorológico e observação de indícios de desabamento em áreas de risco. Obras para a resolução do problema, construção de moradias e remoção de famílias para local seguro aparecem no horizonte distante.

 A expectativa da administração é definir somente depois de seis meses os locais que possam receber obras pontuais, que até eliminariam parcialmente o caráter de risco. Atualmente, moradores do Jardim Silvina, Biquinha, Montanhão, Sabesp-Botujuru, Vila dos Estudantes, Novo Horizonte, Jardim Regina, Pedreira, Parque São Bernardo, Jardim Esmeralda e Favela Naval terão prioridade entre aqueles que receberão informações úteis em situações críticas. Reuniões ocorrem a partir de hoje.

 A Defesa Civil deve alertar para indícios que podem demonstrar a vulnerabilidade do terreno. Rachaduras em paredes e no solo, árvores inclinadas e muros estufados são alguns dos sinais típicos de que tudo pode ir abaixo.

 O prefeito sustentou também uma antiga promessa de campanha. Os alojamentos "provisórios" não servirão mais de opção para receber desabrigados pela chuva. Marinho chamou os abrigos de "casas do horror" e disse que pretende substituí-los pelo pagamento da renda-abrigo, de R$ 350, caso a família não possa retornar à residência. Igrejas, centros comunitários e praças de esporte serão utilizadas como refúgios em momentos críticos, mas por dois dias no máximo. Escolas serão poupadas.

 Cerca de 750 famílias vivem atualmente em situação crítica em toda a cidade, ameaçadas por enchentes e desmoronamentos. A preocupação da Prefeitura com os moradores ameaçados pelas condições meteorológicas desfavoráveis expõe um problema que vai além das nuvens passageiras (e carregadas) do verão: o déficit habitacional das grandes cidades, sempre encoberto por paliativos. Para isso, a administração municipal não vê solução a curto prazo. "Não será possível resolver tudo ainda nesta gestão", disse o prefeito.

 A secretária de Habitação do município, Tássia Regino, serviu de "escudeira" de Marinho durante a divulgação do plano. Ela lembrou que cada unidade habitacional custa em média R$ 62 mil e que hoje cerca de 300 famílias se encontram em alojamentos. A Prefeitura já gasta R$ 2 milhões com renda-abrigo por mês. A perspectiva de reduzir esse valor é praticamente nula: apenas 80 moradias populares estão em processo de construção na cidade.




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