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Chachá dá vida ao avô dos metrossexuais
Paula Coutinho
Da TV Press
25/07/2008 | 07:02
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José Rubens Chachá chega a ser tão engraçado quanto seu personagem Seu Memê em Ciranda de Pedra. Na trama das seis, o ator vive um atrapalhado cabeleireiro do núcleo cômico, apaixonado pela mulher e odiado pela sogra. Mas o lado histriônico do ator não serviu somente para compor as expressões faciais do Seu Memê. Chachá acredita que, ao usar o humor, acabou interpretando o homem moderno.

Seguindo a linha do humor, José Rubens Chachá está em cartaz com a peça O Mala, texto original do escritor norte-americano Larry Shue, em São Paulo. Além disso, pretende gravar um disco com as músicas de Bertolt Brecht. "Comecei a minha vida artística cantando e me arrependo de ter me afastado da música. Às vezes, penso que seria mais divertido", brinca.

Como foi a composição do Seu Memê? Esse personagem seria um precursor do homem contemporâneo, quase um metrossexual?
JOSÉ RUBENS CHACHÁ - Procurei fazer o Seu Memê um personagem até a frente do seu tempo. Digo que ele é o avô da geração metrossexual. Na trama, ele implanta um tipo de vaidade na Vila Mariana, em que homem faz unha, pinta cabelo e usa laquê. Como profissional, ele também representa essa modernidade. Ao combinar salão de beleza e barbearia, ambientes que geralmente não se misturavam, representa o crescimento de São Paulo. Também considero que ele é progressista em relação às idéias familiares. A Elzinha, vivida por Leandra Leal, filha mais velha dele, fica grávida e tem uma filha sem se casar. Mas na trama, Seu Memê continua tratando-a com carinho, respeito e admiração. Sem preconceitos, acolhe filha e neta.

Você acha que a receptividade do Seu Memê com o público venha do fato de ele estar em um núcleo cômico?
CHACHÁ - Ajuda na composição do personagem e também na aceitação com o público. Mas acredito que aquela família da Vila Mariana é quase um oásis dentro da novela. Enquanto a família dos ricos sofre problemas incríveis de relacionamento e de filhos que não se dão com os pais; a dos pobres consegue ser feliz e harmônica. Isso faz com que o público se identifique.

Um de seus últimos trabalhos foi em Malhação, uma novela adolescente. Agora você está fazendo uma trama que se passa no início da década de 1950, em São Paulo. Você se identifica mais com personagens contemporâneos ou com personagens de época?
CHACHÁ - Gosto das duas linguagens. Aprendi muito com Malhação. Acho que os jovens nos ensinam muito porque não têm vícios, ainda não estão calejados com a profissão. Havia atores novos interessantes, foi prazeroso, me diverti muito. E os diretores dizem que nós do elenco adulto temos o papel de ser meio que professores desses jovens. Em relação aos papéis de época, acho que a dramaturgia tem obrigação de ambientar outras épocas, porque é um diferencial riquíssimo. Hoje, as pessoas estão cansadas do cotidiano, do trânsito, da poluição sonora. De repente, você poder ligar a TV e ver outros tempos, é um alívio. O Brasil era lindo nos anos 1950, não tinha essa violência, as pessoas eram quase ingênuas.




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