Economia Titulo Inflação
Roupa está custando 0,33% menos ao consumidor
Por Pedro Souza
Diário do Grande ABC
16/02/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Os preços dos vestuários caíram em janeiro. Segundo o indicador de inflação da Capital, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), esse tipo de produto ficou 0,33% mais barato.

Esta variação é a mais baixa para o mês desde janeiro de 2010, quando o IPC-Fipe registrou -0,68%. Apesar de janeiro ser um mês em que as lojas realizam liquidações, o que contribui para segurar o avanço da inflação mensal, o resultado do mês passado sofreu influência de outros agentes econômicos, destacou a assessora econômica da Fecomercio-SP Julia Ximenes.

O ano passado foi propício às compras de bens de consumo mais caros, como os carros e alguns eletrodomésticos. A administração pública federal estimulou esse tipo de compra com reduções de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a linha branca e automóveis, por exemplo, e o cenário mudou.

"Quem antes fazia crediário para compras de vestuário passou a se endividar com financiamentos de carros e eletrodomésticos. Então as roupas, aquisições mais supérfluas, acabaram ficando de lado", avaliou o professor de Economia da Universidade Anhembi Morumbi Marcello Gonella.

Desta maneira, destacou o presidente do Sincatvaesp (Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuários e Armarinhos do Estado de São Paulo), Luiz Roberto Rando, o comércio passou por alguns meses de resultados não tão confortáveis, com menor demanda. Até a indústria têxtil, destacou Rando, acabou sofrendo. "E isso segurou os preços durante o ano."

O resultado apareceu no IPC-Fipe, que é o indicador cujas características são mais próximas da realidade do Grande ABC. A inflação do grupo vestuário, acumulada em 12 meses encerrados em janeiro, atingiu 2,38%, menor resultado para o período desde 2010. A média geral de aumento dos preços foi de 5,61%.

Como os preços dos vestuários não subiram como os dos demais produtos e serviços, somados à sazonalidade de liquidação do mês, janeiro atingiu a deflação. "Sem contar que muita gente gastou demais no Natal e deixou de comprar roupas no mês passado", acrescentou o vice-presidente do Sincatvaesp, Arinos de Almeida Barros, que é dono de um comércio do segmento na Rua 25 de Março, em São Paulo, e já foi dono de lojas de roupas em Santo André e em São Bernardo.

Mas as coisas estão para mudar, destacou Barros. Segundo o empresário, as maiores indústrias de vestuário, na maioria localizadas no interior de São Paulo e no Sul do País, já iniciaram os contatos para as vendas das novas coleções. "E na média, os preços estão 6% maiores", afirmou.




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