Economia Titulo São Caetano
Espaço Cerâmica cria temor de engarrafamento
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
18/05/2008 | 07:21
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Embora represente uma nova fronteira de desenvolvimento em São Caetano, a criação do Espaço Cerâmica gera preocupações quanto ao suporte urbano necessário para o empreendimento. Trata-se, afinal, da transformação de uma área industrial abandonada em um bairro verticalizado, que pode ter até 7.000 residentes.

Para o professor e coordenador do curso de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Kurt Amann, é bem possível que o empreendimento se torne um "pólo gerador de tráfego". O professor de Sociologia Urbana e Regional no Programa de Mestrado da Universidade Imes, Antonio Carlos Gil, concorda. "A maior área comercial é para o shopping center, que cria um fluxo maior de veículos", destaca.

"Esse shopping será como a catedral dos bairros ao redor. Os compradores virão de Vila Gerty, Vila São José, Rudge Ramos, entre outros. Quando isso for criado, terá uma função de um imã", alerta Gil. Amann complementa que, "por mais perto que seja das casas das pessoas, os moradores de São Caetano sempre saem de carro; é uma característica local."

Por outro lado, o professor da FEI reconhece a necessidade de se revitalizar o espaço. "Pelo ponto de vista do município, é importantíssimo que não deixe essa zona abandonada, porque seria uma área degradada. Mas a proposta tem de ter uma sustentabilidade", adverte.

Calculado - Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor da Sobloco - empresa responsável pelo loteamento do Espaço Cerâmica -, garante que foi tudo bem planejado. "Nós fizemos, junto com a municipalidade, estudos de mobilidade para atender a demanda que vem com o projeto", conta. "O que também fizemos com a Prefeitura foi duplicar, alargar e elevar a Avenida Guido Aliberti, além de fazer uma via de penetração para a cidade (a Avenida Nelson Braido), de pista dupla, tudo para criar o acesso e a saída desse bairro", garante o diretor.

A necessidade dessas alterações ficou clara no começo do empreendimento, em 1998. "Fizemos uma pesquisa e detectamos que transitavam 45 mil carros por dia no trecho da Guido Aliberti que passa em frente ao Espaço Cerâmica. Então já era uma via importante quando era só uma pista para ir e outra para voltar", lembra Almeida.

Almeida concorda que é preciso ter muito cuidado ao se criar um bairro novo, por mais planejado que seja. "Fazer um empreendimento desse nível não é uma tarefa de uma noite para o dia, é algo que interfere demais com a cidade."

O diretor de desenvolvimento econômico da Prefeitura de São Caetano, Ramis Sayar, diz que, pelo menos do lado de Rudge Ramos, o acesso vai ser facilitado no futuro próximo. "Há um projeto entre as prefeituras de São Bernardo, São Caetano e São Paulo para fazer mudanças viárias que vão facilitar a circulação de carros. Em curto espaço de tempo, tenho certeza que esse projeto vai ser implantado."

Em abril, SBPE financiou R$ 2 bilhões em imóveis

Os financiamentos imobiliários pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) atingiram R$ 2,049 bilhões em abril, o que representa um crescimento de 71,51% em comparação ao mesmo mês de 2007. Além do forte crescimento, o período representou o segundo melhor mês da história em operações desse tipo, perdendo apenas para novembro do ano passado, quando foram realizados financiamentos no total de R$ 2,38 bilhões.

Nos quatro primeiros meses, o sistema foi responsável por R$ 7,526 bilhões em empréstimos imobiliários, o que significa um crescimento de 83,54% ante o mesmo período do ano passado.

O número de unidades também cresceu, mas em menor ritmo. Foram 19.443 no mês passado frente a 13.281 em abril de 2007 (alta de 46,4%) e 74.283 no acumulado de 2008 ante 47.954 no mesmo período do ano anterior (aumento 54,9%). O descompasso entre volume do financiamento e número de operações indica que os valores dos financiamentos estão mais elevados.

No mês passado, aliás, a captação líquida do sistema (depósitos menos retiradas das cadernetas de poupança) foi negativa em R$ 2,016 bilhões. No acumulado do ano, porém, o resultado é positivo em R$ 113,36 milhões.




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