O superintendente do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano, Wellington Kalil, assumiu que a autarquia está com um rombo financeiro de R$ 11 milhões e fez a previsão de que o setor encerrará este ano ainda com R$ 6 milhões negativos.

O débito ainda não se tornou dívida consolidada, pois a situação foi configurada pelo setor ter gastado mais do que a arrecadou. "O DAE foi superestimado. Esse ano a previsão de arrecadação é de R$ 95 milhões e a previsão de gastos de R$ 101 milhões", explicou. Wellington deve apresentar um plano gerencial para amenizar o passivo junto com o restante do governo na semana que vem.

Durante os 30 anos de seguidas gestões petebistas a informação sobre a autarquia foi de que o setor virava ano após ano com superavit no Orçamento. Porém, o dado interno é de que haverá reorganização para retomar o caminho positivo das finanças. A saúde financeira do DAE foi o principal argumento de Pinheiro durante a campanha para combater as acusações de que ele privatizaria o setor. "A maioria das autarquias municipais têm deficits, mas o DAE tem superavit. Como vou privatizar se está dando lucro?"

Desafeto do peemedebista, o ex-prefeito e secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), chegou a ter um projeto de lei aprovado pela Câmara para privatizar a autarquia. Porém, ele acabou recuando e justificou que o DAE já era uma concessão da Sabesp e não poderia ser privatizada. A legislação foi revogada no fim do ano passado pelo Legislativo.

DEFESA

Desde que venceu a eleição em outubro, Pinheiro tem feito alertas sobre a possível dívida financeira. A postura também tenta garantir que a culpa de eventuais promessas eleitorais não cumpridas é da gestão passada. Para sustentar o discurso, a Prefeitura divulgará semana que vem levantamento completo sobre as finanças do Palácio da Cerâmica. O valor deve chegar a R$ 250 milhões.