Diante do rombo financeiro encontrado nas contas do Paço, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), adiantou ontem que o governo contingenciará o Orçamento, porém sem dimensionar o índice do congelamento. O petista afirmou que a medida emergencial será adotada oficialmente para equilibrar as contas da administração a partir de segunda-feira, quando ele reunirá todo o secretariado para realizar balanço preliminar da situação econômica.

Segundo informações extraoficiais, a gestão Aidan Ravin (PTB) deixou R$ 12 milhões em caixa, embora haja aproximadamente R$ 68 milhões de restos a pagar, um saldo negativo de R$ 56 milhões. O prejuízo é contrastante à conjuntura de 2008. Na ocasião, o ex-prefeito João Avamileno (PT) transmitiu R$ 50 milhões na administração direta, sem contabilizar os recursos carimbados.

Grana considerou que há problemas de ordem financeira "bastante grave", obrigando o Executivo a discutir os valores do controle de despesas. "Com certeza vai me levar a tomar medida de contingenciar. Vamos reunir o secretariado para quantificar (o tamanho da necessidade)", disse, ao lamentar que o caso só foi identificado nesse momento em razão da transição deficitária. "Não foi efetiva. Isso piora a situação."

O secretário de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), disse que o índice ficará na dependência da arrecadação no período. "Se aumentar a receita em relação aos recursos previstos, diminuiu o congelamento. A postura é necessária porque a conta não fecha diante do deficit."

TRANSMISSÃO

No evento de transmissão de cargo, Aidan garantiu que deixou a Prefeitura em condições melhores do que em 2009. Por outro lado, o petebista admitiu que a população não teve a mesma impressão do governo, referindo-se ao seu revés nas urnas, embora disputasse a reeleição. "Apesar de a população achar que não, nós pagamos metade dos impostos atrasados, equalizamos a situação. Melhoramos muita coisa, mas não foi visto pelo povo, que viu onde a gente não fez."