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Muitas cenas e
pouco cimento

Escola Livre de Teatro aguarda início de reforma a seis
dias de inaugurar a sua tradicional 'Mostra de Processos'

Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
28/11/2011 | 07:21
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Claudinei Plaza/DGABC


Faltam apenas seis dias para a Escola Livre de Teatro, sediada em Santo André, inaugurar a sua tradicional "Mostra de Processos", projeto que irá compartilhar com o público vivências de diferentes núcleos entre 3 e 16 de dezembro, no Teatro Conchita de Moraes.

Os projetos artísticos - assim como a população interna e externa da escola - podem ser prejudicados porque o teatro está sucateado em virtude de infiltrações no telhado. "A estrutura do prédio precisa ser olhada com atenção, cuidado e velocidade, uma vez que a necessidade de que algo seja feito é colocada à atual administração desde fevereiro de 2009", argumenta a mestre Juliana Monteiro.

Segundo o coordenador pedagógico Antônio Rogério Toscano, a Prefeitura estabeleceria até setembro o cronograma para a execução da reforma. Sem cumprir o prazo, prometeu apresentar o projeto até 30 de novembro.

O momento atual é de expectativa para mestres e aprendizes, que já puderam ver o trabalho da arquiteta Denise Brasil. "Ela diagnosticou a situação estrutural das instalações da escola e se mostrou preocupada com o estado do prédio", conta o aprendiz Tico Matos, que faz parte da Formação 14.

Para primeiro momento, foi garantida à ELT uma ação paliativa porque reforma no telhado não pode ser realizada em época de chuvas. Trata-se de jateamento de lâmina que impediria a entrada de água nas dependências do teatro. "Esta manta garantiria a solução de nossos problemas a curto prazo", acredita Toscano.

Questionada pela equipe de reportagem, a Prefeitura informou que os trabalhos de manutenção e reforma não comprometerão a "Mostra de Processos", além de frisar que tem mantido diálogos frequentes com mestres e aprendizes para posicioná-los a respeito das intervenções no local.

É inegável o avanço quanto aos diálogos realizados desde outubro, quando Toscano assumiu a coordenação pedagógica. "O livro "Reminiscências dos 20 Anos da Escola Livre de Teatro" - que estava pronto há muito tempo - desencantou", exemplifica o mestre. O título será lançado no dia 7, durante a "Mostra de Processos". Para a data, a escola pediu apoio para a divulgação e foi atendida.

Materiais gráficos solicitados para este ano foram liberados com a garantia de que a ELT os terá para as atividades de 2012 também. Mas a não formalização das promessas em documentos é a grande preocupação do aprendiz Thiago França, que integra a Formação 13. "Diversos prazos foram descumpridos no decorrer desse processo de diálogo", justifica.

O mestre Thiago Antunes também aguarda garantias concretas. A expectativa é que "as atividades agendadas para a época de chuvas, entre elas a estreia da Formação 13 e a seleção de 2012, possam se realizar com o mínimo de dignidade".

Desde que começaram os ensaios no teatro, em agosto, aprendizes e mestres vivem a incerteza de estrear o espetáculo. "Em quatro meses de trabalho, já desistimos, insistimos, reprojetamos, reanimamos e agora estamos todos esperançosos no cumprimento das palavras e das ações possíveis de reconquistar espaço digno de trabalho", declara a mestre Cris Lozano.

Fundação das Artes suspende manifestação pública

Alunos da Fundação das Artes suspendem manifestação pública em reivindicação à reforma do prédio, prometida para o ano passado. Os estudantes, que planejavam o ato para outubro ou novembro, entraram em novo acordo com a Prefeitura de São Caetano.

"Eles prometeram a reforma para março. Se o prazo for cumprido, nós não faremos a manifestação", afirma Carolina Ferraresi, aluna da Turma 46, que obteve novo prazo do Executivo depois de visitar tanto a Câmara quanto a Prefeitura e entregar abaixo-assinado com 2.000 adesões.

Para o ato público, a proposta dos estudantes era reunir o maior número de pessoas, tanto da Fundação quanto de outras instituições, e apresentar para as autoridades abaixo-assinado, que ainda tem continuidade pela internet, via site Petição Pública, e por escrito.

Março é o terceiro prazo estipulado pela Prefeitura. "Primeiro, anunciaram a reforma para 2009. Depois, em 2010, disseram que fariam a revitalização até o fim do ano. E agora deram uma nova data. Essa é a última vez que vamos esperar", garante Carolina.

Os estudantes planejam acompanhar todo o processo. "Em janeiro, a Prefeitura precisa abrir licitação para a contratação da empresa que fará a reforma. Se percebemos que nada é feito, vamos começar a pensar na manifetação", diz.

Como segundo passo, os alunos devem entrar com pedido junto o Ministério Público. "Todas as vias de diálogo já terão se esgotado. Será a hora de entrar na justiça para garantir nosso direito", explica.

Organizada pelos alunos da instituição, que somam aproximadamente 1.500 pessoas, a reivindicação está relacionada a ações como a ampliação e a modernização das salas que, além de não comportar todos, não atendem às necessidades das aulas de arte. "Todo o projeto de reforma foi entregue à Prefeitura e aprovado. Agora resta a licitação para a contratação empresa", explica. SS



Não há prazos para o Paulo Machado

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC

'Gigante' da região, com tamanho de plateia insuperável e palco preferido dos dançarinos, o Teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano, passou pela última reforma há mais de dez anos, e precisa de muito mais do que reparos.

Segundo a Prefeitura, a reforma está estimada para o orçamento do ano que vem, mas provavelmente não será radical à maneira como o espaço necessita. "Ele é muito grande, para reformá-lo inteiro. Precisaríamos fechâ-lo por longo período, mas temos muitas demandas de uso", conta Liana Crocco, diretora da Fundação das Artes. "Sempre arrumamos poltronas quebradas e fazemos a manutenção do ar-condicionado e outros itens".

Antigo, ele está com problemas de infiltração, principalmente nos bastidores. Depois que placa acústica caiu do teto - episódio seguido por brincadeira de Rafinha Bastos de que o teatro parecia a Igreja Renascer e o teto iria desabar - pairou uma comoção geral no público sobre o estado do teatro.

O fosso - é o único teatro da região que tem o espaço, ideal para a exibição de musicais - não é aberto há pelo menos cinco anos. "Aos outros, dá a impressão de que ele é antigo e não funcional, mas atende bem os espetáculos. Já recebeu orquestras internacionais e bailarinas como Ana Botafogo."

O ideal, além dos reparos estruturais, seria a modernização do espaço no mesmo molde da que ocorreu no Teatro Santos Dumont, que ganhou equipamentos de ponta em sua última reforma.

Elis Regina passará por revitalização em 2012

Depois de grande reforma de reestruturação e modernização no Teatro Lauro Gomes, em São Bernardo, a Prefeitura planeja revitalizar o Teatro Elis Regina. O espaço não demanda tanta atenção quanto o já reformado - que necessitou de mudança radical na plateia por conta de 'barriga' que impedia que o público do meio tivesse visão do palco -, mas carece de pintura e modernização de equipamentos.

A reforma está prevista para depois de março, já que até a data o teatro está comprometido com exibições dos espetáculos selecionados em editais de ocupação.

O Teatro Cacilda Becker, que fica no Paço e está sem uso cultural desde o início de 2010, após drástica enchente, supriria a demanda teatral do munícipio, mas ele está emprestado à Câmara Municipal e provavelmente continuará subordinado ao legislativo até o fim de 2012.

"Utilizaremos o Teatro Abílio Pereira de Almeida, no Baeta Neves, e os Centros Culturais Taboão e Ferrazópolis para atender as demandas do Elis Regina", conta Osvaldo de Oliveira Neto, sub-secretário de cultura.

Os centros serão entregues até o fim do mês, e o Abílio Pereira terá reforma concluída até o fim do ano. Para o Cacilda, que está com a manutenção básica em dia feita pela Câmara, os planos são, a partir da liberação, transformá-lo novamente em teatro. TM

 




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