Setecidades Titulo Santo André
Carro é incendiado em protesto por morte de homem

Enfermeira disse ter sido ameaçada por moradores da favela do Sacadura Cabral

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
18/08/2012 | 07:00
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O homicídio do ajudante Willy Alves da Silva, 26 anos, por motivos desconhecidos levou moradores da favela do Sacadura Cabral, em Santo André, a protestarem na madrugada de ontem, na Avenida Prestes Maia. Durante a manifestação, o carro de uma enfermeira de São Bernardo foi queimado e houve ameaça de confronto com a Polícia Militar.

Por volta da 0h30, o ajudante voltava para sua casa na comunidade quando foi baleado. Sete tiros foram disparados, e quatro deles teriam acertado a vítima. Os próprios moradores tentaram socorrê-lo ao Hospital Mário Covas, mas Silva não resistiu aos ferimentos e morreu.

A morte será investigada pela Delegacia de Homicídios da cidade. Por enquanto, não há informações sobre o crime ou os suspeitos. A única testemunha relatou aos policiais que tomava banho quando escutou os tiros e, ao sair de casa, já encontrou Silva ferido. A polícia considera a possibilidade de execução.

Assim que ficaram sabendo da morte, moradores exaltados foram para a avenida e a fecharam para o trânsito. A enfermeira de 25 anos passava pelo local com seu Celta prata e decidiu furar o bloqueio. Iniciou-se uma discussão que logo acabou com o carro quebrado por manifestantes mais violentos.

Alegando ter visto uma arma de fogo, a enfermeira correu a pé para pedir ajuda em base da Polícia Militar próxima. Quando voltou, encontrou o veículo queimado. Os policiais chegaram a ser ameaçados de agressão pelos manifestantes. A confusão durou cerca de uma hora, até que o reforço evitou o choque físico entre as partes. Oito viaturas foram necessárias para que a via fosse liberada novamente.

A destruição do carro será investigada pelo 4º DP (Jardim) da cidade. As dificuldades para localizar os responsáveis são grandes. "Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Só sabemos que fomos atender uma ocorrência de assassinato e, quando chegamos, vieram para cima", disse um policial militar que esteve no local. "Tentamos acalmá-los, mas só nos xingavam. Não sabemos sequer como aconteceu a morte. Só conseguimos identificar por causa do documento que foi entregue ao hospital."

O ambiente estava tão hostil e tenso que sequer a perícia foi requisitada para avaliar o carro. O guincho só conseguiu retirar o veículo cerca de três horas depois. "Ela está traumatizada. Não foi trabalhar. Não tinha como ser diferente depois de tudo o que aconteceu", resumiu um familiar da enfermeira.




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