Com mais de 30 anos de experiência no setor ótico, o executivo Fábio Villa sentia que o mercado brasileiro ainda era carente de opções de óculos na área esportiva. Disposto a aproveitar o potencial de vendas nesse segmento, ele inaugurou no ano passado em Santo André a empresa X-Eyes, que comercializa esses itens pela internet.

A companhia já vende em média 800 peças por mês e projeta duplicar esse volume até o fim do ano, chegando a faturamento de R$ 200 mil mensais. A atuação é focada em vendas on-line, mas uma das preocupações foi montar uma equipe de teleatendimento para orientar os consumidores e tirar dúvidas em relação ao melhor produto para eles e para suas atividades esportivas.

A loja virtual poderia ser uma barreira para a concretização das vendas, já que tradicionalmente, a pessoa interessada em comprar óculos quer experimentar o produto, mas Villa assinala que esse não tem sido obstáculo para atrair os clientes. Isso porque, como diferencial para atender o público que faz esportes, a X-Eyes obteve a representação de um nome de peso nos Estados Unidos, a Steelpro, que é especializada nessa área. Faz itens, por exemplo, para as Olimpíadas de Inverno – a marca é forte em óculos de esqui – e para muitas outras modalidades, como basquete, ciclismo, vôlei de praia e futebol americano. Além disso, a X-Eyes produz as lentes com características especiais (antiembaçante, que evitam a limpeza constante em caso de transpiração; antirrisco, para situações de impacto; e com proteção UVA e UVB, para atividades ao ar livre etc).

Os óculos que comercializa têm preços que variam de R$ 80 a R$ 260. Os valores, segundo Villa, são baixos se comparados a outras marcas conhecidas do segmento esportivo. “Procuramos colocar margem de lucro reduzido, para introduzir o produto no mercado”, diz.

PERSPECTIVAS - As perspectivas nessa área são promissoras. De forma geral, a demanda por artigos esportivos vem em expansão no País, impulsionada pela disposição da população em adotar práticas mais saudáveis; pela ascensão da classe C, que passa a ter mais acesso a esses itens; e também pelo interesse por grandes eventos que serão realizados no Brasil nos próximos anos, como a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, aponta o consultor Luis Henrique Stockler.