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Show de Maria Rita é ponto alto no penúltimo dia no SPFW
Rosângela Espinossi
Do Diário do Grande ABC
23/01/2006 | 08:11
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A cantora Maria Rita e o percussionista Da Lua, de Santo André, fizeram um show de duas músicas e com seis minutos de duração no desfile masculino da Fause Haten, domingo, no penúltimo dia da São Paulo Fashion Week, que termina segunda-feira no prédio da Bienal do Ibirapuera. Foi o diferencial do dia, no evento, que, talvez mais profissional, não tenha atraído tantas celebridades como em edições anteriores.

A miniapresentação foi o que mais temeu a filha de Elis Regina. “Não dá para descrever a sensação. Num show normal, demora de três a quatro músicas para a adrenalina baixar. Nesta apresentação, com duas músicas, a adrenalina estava no auge. Além disso, na temporada de espetáculos, cada dia é possível aprimorar e neste não há tempo”, disse a cantora. Mas, para ela, não teve nada que consertar: “Foi sensacional”.

Ela e Da Lua ensaiaram nove horas ao todo, apenas no sábado, quatro horas seguidas. “Esta minha estréia no munda da moda foi como no começo de carreira. Toquei para um público que não conhecia, que é o público da moda, mas adorei o resultado”, afirmou Da Lula, que vestia uma calça de veludo e uma camiseta preta sem manga da V.ROM. “O Fause me deixou à vontade e quando cheguei com esta roupa ele disse que estava ótimo.”

Maria Rita interpretou as músicas Flor e Do Lado de Dentro, de Marcelo Camelo. Fause Haten, há três anos, é o responsável pela indumentária de Maria Rita em seus shows. “É uma parceria que espero que dure”, afirmou a cantora. Mais contido e cada vez com roupas masculinas mais usáveis, o estilista diz agora querer trilhar pela elegância descontraída. Para isso, apresentou alguns brilhos em cardigãs e camisetas, estampas de olhos em preto sobre fundo branco e muita calça de moletom com corte alfaiataria. Tudo muito confortável.

O dia abriu com Glória Coelho inspirada no romantismo, na androginia e nos nerds. A estilista buscou referências nas crianças de 1900 para levar à passarela shorts fofinhos, rendas, golas altas com volumes e babadinhos. Tudo composto com jaquetas, casacos e corselets de sarja ou de veludo. A lã fria também marcou presença, assim como o tule nas transparências. Nas poucas estampas, ursinhos em cinza e palavras da cabala, como liberdade e amor incondicional. Nas cores, o preto, marrom, verde-militar e marinho-escuro se iluminavam com branco-sujo e bege. Destaque para os vestidos longos do final, em tule preto transparente com a parte de baixo curta e aspirais aplicados com fita.

Lorenzo Merlino, mostrando maturidade em suas roupas, apresentou peças curtas ou mais longas, com acabamento balonê (fofinho na barra) e transparências trabalhadas de forma sutil, em blusas fluidas, com acabamentos de zíper e metal para dar peso e fazer o contraponto entre leve e pesado. A grife paulista Raia de Goeye fez releitura dos anos 60 e 70 mostrando casacos com aberturas inusitadas no dorso e nas mangas, enfeites com bolas pequenas e peças de veludos que dão vontade de usar mesmo com o calor de 30 graus.

Samuel Cirnansck levou para a passarela mulheres “vestidas para matar” com roupas sensuais, transparentes, curtas ou longas, muitas delas lembrando lingerie. Domingo desfilaram também Érika Ikezilli e Lino Villaventura.


Mais moda – A organização do Calendário Oficial da Moda Brasileira, dirigido por Paulo Borges, anuncia segunda-feira oficialmente o pré-lançamento do projeto Rio Alto-Verão, com desfiles que acontecerão entre outubro e novembro, sem coincidir com Fashion Rio, promovido por Eloysa Simões.

Colaborou Christie Buchdid



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