Quando foi concebido, ele era um coelho chamado Oswald, mas Walt Disney (1901-1966) perdeu os direitos sobre a criação. Mantidas as semelhanças físicas com o personagem anterior, nascia então o camundongo Mickey Mouse, que completa hoje exatos 75 anos – a estréia do ratinho mais famoso do mundo foi em 18 de novembro de 1928 no curta-metragem animado Steamboat Willie (O Barco a Vapor), no qual o próprio Disney emprestou a voz ao protagonista.

Para festejar o aniversário de Mickey no Brasil, a Disney promove uma série de atrações. Na rede de cinemas Cinemark das cidades de São Paulo e Rio, além do Grande ABC, entre os próximos dias 21 e 4 de dezembro, todas as sessões serão abertas com a exibição de The Band Concert (Mickey, o Maestro). A animação de nove minutos, lançada nos anos 30, é a primeira história na qual o personagem aparece em cores.

Nesta terça chega às bancas uma revista especial comemorativa: Mickey 75 Anos, com tiragem de 60 mil exemplares, uma seleção de histórias escritas ao longo da trajetória do personagem. Além disso, serão lançados diversos outros produtos que envolvem o nome de Mickey, como cadernos e papéis de carta.

Para fevereiro próximo, está nos planos o lançamento do DVD duplo Mickey Mouse em Living Colors (Mickey Mouse em Cores Vivas), formado por animações dos anos 30.

No próximo ano, Mickey – que há muito tempo “ocupa-se” de promover a Disney – também retorna com o lançamento de The 3 Musketters (Os Três Mosqueteiros).

“Tudo isso começou com um rato”, costumava dizer Walt ao falar da Disney. O pai do personagem também afirmou certa vez em uma entrevista amar o camundongo mais do que jamais amara uma mulher.

Ao longo dos 75 anos de vida, Mickey Mouse também mudou de cara. Em Steambolt..., marco da linguagem e da técnica cinematográfica por ter som em sincronia com a ação, ele ainda não tinha as luvas brancas. Os olhos do personagem ganharam pupilas em 1939. As formas simplificadas e arredondadas do desenho, como ele é conhecido hoje, foram dadas pelo desenhista Ub Iwerks (1900-1971) – há quem diga que se Walt é o pai de Mickey, Iwerk é a mãe.

Um trecho de um texto escrito pelo escritor Fausto Wolf para O Pasquim, em 1971, resume bem as mudanças ocorridas na personalidade do personagem ao longo dos anos: “A personalidade de Mickey foi mudando de acordo com a mudança da personalidade do seu criador, Walt Disney, que de pobre desenhista rico de imaginação, transformou-se num rico capitão de indústria pobre de imaginação”.

As publicações de Mickey foram publicados em cerca de 75 países e traduzidas para mais de 60 idiomas. Tamanha fama conquistada pelo personagem fez dele um ícone da cultura pop do século XX.

Hoje, a imagem de Mickey está vinculada a inúmeros produtos. O ratinho continua enriquecendo a Disney. Está velhinho, mas em forma, pronto para o trabalho.