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Cabeleireira sobrevive a tiro na cabeça em Mauá

Após tentativa de assalto, ela fugiu e ainda ligou para a polícia

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
04/07/2012 | 07:00
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O fim da tarde de hoje promete ser de muita festa em uma humilde residência do Jardim Mauá, em Mauá. É quando está prevista a alta médica da cabeleireira Antônia de Jesus Gonçalves Durães, 43 anos, baleada na cabeça na madrugada de sábado durante tentativa de assalto na porta de sua casa.

"É um milagre. Não tem explicação", comemorou o marido, o operador de máquinas Joanílson Durães dos Santos, 53. A intervenção divina parece ser mesmo a justificativa válida para a família, evangélica. Antônia voltava de uma vigília na igreja que frequenta quando, às 4h, chegou em casa. Dois homens encapuzados e armados com pistolas calibre 380, a bordo de um Fox preto, fecharam seu Classic LS preto. A dupla foi até a janela do lado do passageiro, que estava aberta, e começou a atirar. Foram seis disparos. Cinco deles acertaram o veículo. O último, a cabeça de Antônia.

A família dormia e acordou assustada com os tiros. Mesmo ferida, a cabeleireira teve forças para se esconder na igreja onde estava e ligar para a polícia. Até mesmo os policiais que atenderam a ocorrência não acreditaram quando viram onde tinha sido o ferimento. "Eles enrolavam, não queriam dizer onde a bala pegou. Um olhava para o outro sem acreditar", disse a filha dela de 14 anos.

A médica que atendeu Antônia no Pronto-Socorro do Hospital Nardini, na cidade, também precisou de tempo para entender o que aconteceu. "Ela disse que, em 25 anos que trabalho, nunca tinha visto nada igual", contou o marido. Mesmo com risco de morte, a cabeleireira ainda encontrou forças para impedir que as enfermeiras rasgassem a roupa especial que usava por conta do evento religioso.

Encaminhada ao Hospital São Lucas, em Diadema, descobriu-se que a bala ficou alojada atrás de sua orelha direita. Não perfurou o crânio, evitando, assim, a morte. A possibilidade do projétil ter desviado está descartada, por enquanto, devido às lesões existentes. "Ela não parou de falar e comer. Era como se nada tivesse acontecido. Quando fiquei sabendo que era na cabeça, já achava que ela estava morta", disse Santos, emocionado.

Isso pouco importa para Antônia. Está feliz pela cirurgia de retirada da bala ter sido bem-sucedida e por estar próxima de retornar à rotina. "Só posso agradecer pelo fato de ter nascido de novo", falou ontem à equipe do Diário, por telefone. Sem sentir dores e com a notícia de que não ficará com sequelas, a cabeleireira, mãe de duas filhas, mora há cerca de 25 anos no local e nunca passou por algo semelhante. Tinha R$ 1.000 no carro, que seriam entregues à igreja, mas não acredita que o objetivo era assaltá-la. "Eles chegaram atirando, sem perguntar nada", disse.




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