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Ramalhão dá pontapé
inicial na Série C

Equipe faz, em Araras, primeiro jogo pelo acesso à Série
B do Nacional sob comando do técnico Claudemir Peixoto

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
30/06/2012 | 07:30
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A bola vai rolar para o Santo André no Brasileiro da Série C. E, com ela, todo o sentimento e esperança do torcedor ramalhino por pontapé inicial positivo na busca pelo retorno à Segundona do Nacional. O primeiro adversário será a Chapecoense, às 15h30 de hoje, no Estádio Hermínio Ometto, em Araras - casa do Ramalhão nos três primeiros duelos como mandante enquanto o clube cumpre punição da CBF.

Será a primeira experiência oficial do técnico Claudemir Peixoto à frente do time. Por enquanto, desde que assumiu a equipe em maio, foram oito jogos treinos como preparação. E só. Tanto que o próprio comandante destaca que o Ramalhão ainda não está pronto.

"Estamos em 80%. O importante é que deu para trabalhar e conhecer o grupo, que está confiante", disse o técnico, que analisou a demora de cinco semanas para o início da Série C (em razão dos problemas judiciais) como positivo à equipe. "O atraso foi bom para fazer os jogos treinos, conhecer os jogadores e colocar em prática nosso esquema de trabalho."

O treinador deve levar a campo time bastante compacto, afinal, durante os jogos treinos detectou problemas no sistema defensivo. Depois de mexer no esquema e na forma de jogar, a equipe não mais tomou gols (contra Audax, Rio Claro e Juventus). E um dos principais responsáveis por isso foi o volante Batata.

"No Paulista (Série A-2) nosso sistema defensivo já era bom, tanto que foi o segundo menos vazado. Mantivemos a base e temos tudo para seguir bem", salientou o jogador, que forma o setor com Cláudio Britto, à frente da linha de quatro formada por Alex, Júnior Paulista, Luiz Paulo e Raul Diogo. No meio campo, Bady e Djalma serão os responsáveis por municiar os atacantesFábio Santos e Caihame.

 

TREZE-PB

Ontem à tarde, a CBF confirmou a inclusão do clube no Grupo A da Série C, atendendo determinação da Justiça comum paraibana. O clube estreia na segunda rodada.

 

Diretoria gastará R$ 50 mil nas três partidas no Interior

A punição do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ao Santo André, que impede o time de jogar no Bruno Daniel nos três primeiros jogos da Série C, vai pesar no bolso do clube. Atuar em Araras nos confrontos vai custar R$ 50 mil à diretoria. "Usaremos a estrutura do União São João (Estádio Hermínio Ometto) sem custos, mas as despesas com hospedagem, restaurante e ônibus são grandes. Se os jogos fossem aqui, não gastaríamos com hotel, alimentação...", disse o diretor de futebol , Sérgio do Prado.

Para quem questionou a escolha de Araras, o dirigente justificou: "Haverá concessão gratuita a nós. Em Itu, por exemplo, teríamos de pagar R$ 25 mil por jogo", afirmou. "Por isso, agradecemos ao União, grande parceiro", concluiu. DB

 

Marcelo e Batata ensinam os caminhos do Hermínio Ometto

O Estádio Hermínio Ometto, casa provisória do Santo André no Campeonato Brasileiro da Série C, ainda é campo desconhecido para a equipe. Porém, dois jogadores que atuaram no União São João tentam ensinar aos companheiros e ao técnico Claudemir Peixoto os caminhos para o Ramalhão se dar bem em Araras e vencer a Chapecoense na estreia.

"Joguei três campeonatos lá e conheço as condições. É um pouco maior que o Bruno Daniel e vai oferecer espaços para a gente. Assim, a Chapecoense não vai ter jeito de armar a retranca", destacou o volante Batata. "Mas será neutro, porque não vai ter tanta torcida a nosso favor. Mesmo assim, dá para chegar lá e conquistar os três pontos."

O lateral-direito Marcelo, que também defendeu a Ararinha, chamou atenção para as condições climáticas. "Jogar lá às 15h30 é pesado. Temos de manter a posse de bola", indicou o jogador.

O técnico Claudemir Peixoto mostrou-se chateado com o confronto em Araras. "O certo seria jogar em casa, com o apoio e a motivação da nossa torcida, porque quando atuarmos fora vamos sofrer pressão. O juiz, na dúvida, marca para o time da casa... Então são perdas grandes", disse.

 

CARAVANA

Um ônibus sairá às 10h da Fúria Andreense (Rua Erato, 470, Vila América) e levará gratuitamente torcedores a Araras. Reservas: 2598-2506. DB

 

'Foi a maior besteira da minha carreira'

Há exatos oito anos, em 30 de junho de 2004, o Santo André escrevia a página mais gloriosa de sua história. Calou as mais de 80 mil vozes contrárias no Estádio do Maracanã, venceu o Flamengo por 2 a 0 e levantou a taça de campeão da Copa do Brasil. Mas um dos personagens mais importantes daquela passagem não estava presente e revelou que se arrepende profundamente. Este é o caso do técnico Luiz Carlos Ferreira, que montou o time, o levou às quartas de final, mas acabou seduzido por proposta irrecusável do Sport (leia mais ao lado).

"A maior besteira que fiz na minha carreira foi sair naquela oportunidade. O time era bem montado, estava fadado à conquista", disse o treinador, que preferiu não se prolongar no arrependimento, afinal, para ele o Ramalhão significa alegria. "O Santo André faz parte de mim. Tenho história linda com o clube. Não é qualquer profissional que trabalha nove vezes no mesmo time. Chegava à cidade e as pessoas me olhavam com confiança. Sempre lembro com carinho dos grandes momentos vividos, jogadores revelados, coisas que fiz e que ninguém acreditava."

Aliás, uma das descrenças desmistificadas por Ferreira foi o acesso à Série A-1 do Paulista em 2001, quando conquistou o objetivo apenas no último jogo, contra o Ituano, no Bruno Daniel lotado, no pênalti convertido por Adãozinho.

Dois anos depois, chegou para comandar os últimos jogos da Série C do Brasileiro, que terminaram em outro acesso, e a decisão da Copa Estado de São Paulo, com outro triunfo sobre a equipe de Itu, que garantiu ao Ramalhão o título e vaga na Copa do Brasil.

"Não à toa o (Carlos Alberto) Parreira me chama de mago e o (Paulo) Angioni de bruxo. Dizem que aonde ponho a mão dá certo", exaltou Ferreira.

No percurso que fez parte durante a caminhada na Copa do Brasil, o treinador também superou descrenças. Deixou para trás Novo Horizonte-GO, calou o Mineirão ao despachar o Atlético-MG e tirou também o Guarani, último obstáculo antes da despedida. Depois, Péricles Chamusca assumiu e tirou Palmeiras e XV de Campo Bom-RS até chegar no Flamengo e ao topo do Brasil.

"O Santo André é um caso de amor igual ao meu casamento de 33 anos: não tem jeito mais de romper", disse. DB

Treinador sente por não ter mais voltado ao clube andreense

Nove passagens pelo Santo André (a última em 2006) já são significativas para Luiz Carlos Ferreira. No entanto, na visão do treinador, o número poderia ser ainda maior. E ele vai além: se estivesse hoje no comando do time, o Ramalhão estaria em outras divisões.

"Com todo o respeito a todos que merecem, é uma pena nunca me trazerem de volta para mais um acesso. Hoje eu poderia estar levando o Santo André para a Primeira Divisão. Sempre tive como fazer isso, porque os mortos andreenses saem do cemitério para me ajudar. As paredes do Bruno Daniel falam comigo", disse ele.

Sentimentalista, o agora treinador do Juventus tenta no clube da Mooca implantar artifício que deu resultado no Ramalhão. "Levei coisas lindas ao Santo André, mas a principal delas e que estou tentando repetir aqui é cantar o hino antes dos jogos", afirmou Ferreira. "Não abro mão de disciplina, mas esse lado sentimental, ajuda em momentos difíceis." DB

Dirigente lembra do sequestro por diretores do Sport

O Santo André acabara de segurar o empate sem gols no Bruno Daniel contra o Guarani, que o credenciou nas quartas de final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG.

Nos vestiários, porém, clima tenso, desencontro de informações, treinador dizendo que não sabe se sai ou fica, dirigente garantindo a permanência do técnico. Quando, de repente, um carro deixa o estádio com Luiz Carlos Ferreira e dirigentes do Sport dentro. Mais do que depressa, Sérgio do Prado seguiu à caça do comandante, e o restante ele mesmo narra.

"Fomos até o hotel para onde o levaram em São Bernardo. Ele disse que não poderia perder aquela oportunidade. Argumentamos, passamos a madrugada tentando convencê-lo, ficamos até às 3h30 lá, mas não deu, ele preferiu ir embora", relembrou o dirigente, que por indicação do ex-presidente do Vitória Paulo Carneiro trouxe Péricles Chamusca. "Ele nos disse: ‘Se não corresponder, eu pago o salário dele. Pode apostar sem medo'. Foi o que nos convenceu", emendou. Deu no que deu. DB




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