O protesto contra o desemprego, organizado pela Central Unica dos Trabalhadores (CUT) e partidos de oposiçao, reuniu neste sábado, Dia do Trabalho, 500 manifestantes, segundo a CUT e a Polícia Militar. Depois de percorrer a Esplanada dos Ministérios, o grupo chegou à Praça dos Três Poderes, onde, diante do Palácio do Planalto, "plantou" simbolicamente reproduçoes de carteiras do trabalho fixadas em copos com terra.

Mil carteiras haviam sido feitas e o público reduzido frustrou a expectativa do presidente da CUT no Distrito Federal, José Zunga. "Há uma profunda falha das nossas lideranças, que sao boas de discurso mas nao sabem falar diretamente ao trabalhador", criticou.

Com um cartaz com a frase "FHC, chega - R$ 6,00 é uma palhaçada", em referência ao reajuste de R$ 6,00 do salário mínimo, Zunga caminhou cerca de 30 quilômetros durante a madrugada, em passeata que saiu sexta-feira à noite da cidade-satélite de Ceilândia até a Esplanada dos Ministérios.

Outras duas marchas percorreram distâncias semelhantes, saindo do entorno de Brasília.

Para o deputado federal e vice-líder da bancada do PT na Câmara, Geraldo Magela (PT-DF), as longas marchas e a falta de divulgaçao foram responsáveis pelo pequeno público. "Se tivéssemos organizado um show teríamos 5 mil pessoas, mas um peso político menor." Ele e 20 manifestantes foram à Câmara prestar solidariedade ao deputado Paulo Paim (PT-RS), que estava em vigília, no plenário, em defesa do salário mínimo. Seguranças da casa convidaram o grupo a sair, alegando que nao havia expediente.