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Belo admite que guarda arma em casa
Do Diário OnLine
11/05/2002 | 16:05
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O cantor romântico Marcelo Pires Vieira (Belo), acusado de envolvimento com o tráfico de drogas, admitiu que guarda uma arma em sua casa, no Rio de Janeiro. O ex-pagodeiro, entrevistado por Luciano Huck, negou manter negócios com o traficante Valdir Ferreira (Vado) e chorou ao defender sua inocência no caso. "Meus antecedentes criminais são todos limpos", defendeu-se. "Não sei mais se vale a pena ser famoso", afirmou o artista.

Segundo gravações telefônicas feitas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, um homem que supostamente seria Belo teria concordado em emprestar R$ 11 mil a Vado, líder do tráfico de drogas no Complexo do Jacarezinho (zona Norte carioca), em troca de um "tênis A-R" – o que a polícia acredita ser um fuzil AR-15. Ainda segundo a polícia, o dinheiro pedido seria para a compra de um "tecido fino" (cocaína) que chegaria de São Paulo.

"Eu estava em Florianópolis, no sábado passado, fazendo o show de aniversário de uma rádio, quando me ligaram e disseram que jornais do Rio de Janeiro estavam falando que eu tinha ligações com o tráfico. Isso me magoou muito", contou. Ele negou que tenha ficado foragido depois de a notícia circular pela imprensa de todo o país. "Eu me apresentei à polícia para depor, com meu advogado, na terça-feira, às 13h55. Não fiquei foragido, como muitos jornais publicaram. Só me apresentei quando me chamaram", alegou.

"Estou chocado. Não entendi até agora o que está acontecendo", afirmou Belo no programa Caldeirão do Huck. Ele negou ter qualquer envolvimento ou mesmo conhecer o traficante Vado. "Faço shows no Jacarezinho, na Mangueira, em qualquer lugar. Não sei se quem vem falar comigo é traficante, é sicrano ou é beltrano", afirmou. "Eu cresci na comunidade. Eu cresci vendo de tudo na vida. Tive amigos que seguiram esse caminho (tráfico de drogas), tive amigos que viraram médicos, tive amigos que viraram polícia. Mas a vida é isso aí. Cada um escolhe o seu caminho", argumentou.

Belo admitiu que possuiu uma pistola, segundo ele registrada, para defesa pessoal. "Eu deixo ela em casa. Não porto ela por aí", afirmou. O cantor disse ainda que decidiu comprar uma arma depois de ter sofrido um assalto. "Fui assaltado em 1999. Um cara colocou uma arma na minha cabeça, quase me matou e levou meu carro", descreveu.

Humilde - O artista se emocionou ao lembrar a infância pobre na periferia de São Paulo e disse que todas as conquistas materiais de sua vida foram conseguidas graças ao trabalho em sua carreira musical. "Você paga um grande preço pela ostentação", afirmou.

"A última parcela da minha casa foi paga há dois meses, com dinheiro que saiu direto da gravadora para o antigo dono da propriedade. As coisas que eu comprei foram com muito trabalho. Tudo parcelado, a 12, 24 meses. As pessoas acham que eu chego na loja e compro um carro de R$ 200 mil com o dinheiro do bolso. Não é assim", defendeu-se. "Eu trabalho de quarta a domingo. Faço shows, vou a rádios, TVs. Tudo para sustentar minha mulher, minha família e meus filhos com dignidade", prosseguiu.

"Eu comia arroz com tomate na minha infância. Via meninos com bicicleta, e meu pai não dinheiro para comprar para a gente. Mas nem por isso eu me envolvi com o crime."




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