Principais figuras da oposição na Câmara de Mauá, os vereadores Atila Jacomussi (PPS) e Manoel Lopes (DEM) apresentaram emendas idênticas à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), aprovada em primeiro turno na terça-feira. As mensagens modificativas foram apresentadas no mesmo dia (19), e tornam obrigatório o reajuste salarial ao funcionalismo público com base na inflação dos últimos 12 meses.

As redações das emendas são exatamente iguais. Pontuação, grafia, menção ao artigo 37 da Constituição Federal e ao 42 da Lei Complementar Municipal 01/2002, tudo na mesma sequência. Apesar das claras evidências de plágio, ambos negam a cópia.

O caso pitoresco possui um detalhe importante: as mensagens apresentadas neste ano são idênticas à protocolada por Manoel Lopes em 14 de junho de 2011, rejeitada pelo plenário. Um indício de que Atila copiou o documento do ano passado.

"Ele (Manoel) apresentou no ano passado. Mas quem apresentou primeiro neste ano?", questionou o popular-socialista, sem se atentar que as emendas atuais foram protocoladas no mesmo dia. Ele admite retirar a sua proposta para que só a do colega seja discutida na sessão de terça-feira, quando a LDO, que prevê arrecadação de R$ 723,7 milhões pela Prefeitura em 2013, deverá receber o aval definitivo da Câmara. "Meu interesse não é ser o pai da criança, mas sim que os servidores sejam contemplados."

"É o mesmo texto da minha emenda de 2011", constata o democrata. Manoel, entretanto, não contestou o documento de Atila. "Ele pediu para assinar, eu assinei. Não falei nada. Vou discutir o quê? Quero que aprove."

Apesar de caminhar junta contra o governo Oswaldo Dias (PT), a parceria entre os parlamentares perdeu fôlego nos últimos meses por causa da eleição de outubro. Atila é pré-candidato a prefeito, enquanto que Manoel apoia a corrida da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) à Prefeitura.