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Mestre de cerimônia de Santo André é do Acqua
Por Arthur Lopez
Do Diário do Grande ABC
02/11/2005 | 07:26
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O mestre de cerimônia do prefeito João Avamileno (PT) é funcionário do Acqua, contratado por um programa financiado com verba do governo federal para a área da Saúde. A denúncia parte do vereador Marcos Medeiros (PSDB), que investiga irregularidades no convênio entre a ONG e a Prefeitura. A administração emitiu uma nota oficial dizendo que "eventuais casos de desvio de função serão prontamente corrigidos", sem, no entanto, confirmar ou rechaçar a afirmação do parlamentar, que passou mais um dia no Paço Municipal analisando a prestação de contas do convênio.

Medeiros garante que o nome de Valdir Soares de Carvalho, citado numa folha de pagamento do Instituto Acqua, é o mesmo que, durante eventos oficiais e inaugurações, atua como mestre de cerimônias, anunciando a chegada do prefeito. "Ele (Carvalho) participa como membro do cerimonial de qualquer evento, não só os da Saúde", assegura o vereador para confirmar que o desvio de função está bem caracterizado neste caso.

De acordo com os documentos analisados terça-feira pela equipe de Medeiros, Carvalho é funcionário do Acqua para atuar como coordenador do Educação em Saúde, um dos oito programas pertencentes da ONG financiado com verba para ser usada exclusivamente na área da Saúde. "Valdir é contratado pelo Acqua desde 2001 e, segundo a folha de pagamento que vimos hoje (terça-feira), recebe salário de R$ 2.460", garante o parlamentar.

Além do mestre de cerimônia, Medeiros diz que coletou uma lista de nomes de funcionários do Acqua para que sua equipe faça uma análise minuciosa a partir de quarta-feira. "Vamos checar se há outras irregularidades, cruzando algumas informações com nomes conhecidos", adianta o tucano. A maior suspeita sobre o convênio é que as contratações do Instituto serviria para acomodar indicações políticas, principalmente da base de sustentação do governo na Câmara.

Carvalho não foi localizado terça-feira pelo Diário e, segundo nota da Prefeitura, "todos os convênios e contratos" são submetidos a "auditoria externa do Tribunal de Contas do Estado". A nota alega ainda que os contratos foram aprovados pelo Conselho Municipal de Saúde, bem como as prestações de contas referentes aos anos de 2001 e 2003.

A equipe de Medeiros, nas primeiras análises que fez das contas do convênio, detectou notas fiscais referentes à compra de cerveja, refrigerante, espetinhos de carne e a contratação de bufê, além da compra de ração de cavalo. "Tudo com dinheiro que deveria ser destinado à Saúde", reclama o vereador.




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