Cíntia Bortotto Titulo
Bônus e participação nos lucros

Política ainda é muito discutível nas empresas

Por Cíntia Bortotto
25/06/2012 | 00:00
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Muitas pessoas me perguntam sobre como funcionam as políticas de bonificação e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) nas empresas. Elas podem funcionar de diferentes maneiras dependendo do que as companhias querem alavancar.

É possível ter como PLR um valor fixo negociado com o sindicato e pago no mês da data base. Este modelo é bem comum, mas muito discutível, pois um dos principais motivos para a implementação de um modelo de Participação nos Lucros e Resultados é alinhar as metas estratégicas da organização, com metas departamentais e finalmente individuais. Não é um modelo que apenas socializa o lucro, mas que pode diferenciar quem deve receber mais ou menos. Essa é uma discussão filosófica permeada por vários modelos mentais e posicionamentos políticos, por isso é tão difícil de ser aplicada na prática das empresas.

As companhias que tratam de forma mais madura o processo de meritocracia (processo no qual as pessoas recebem mais ou menos de acordo com o mérito - bônus, PLR, salário) vinculam parte do pagamento do bônus ou PLR ao cumprimento de metas estabelecidas entre colaborador e empresa. Em geral, parte do pagamento da bonificação ou PLR é vinculada ao atingimento de resultados financeiros,  pré-requisito para qualquer tipo de pagamento, afinal, só se divide o lucro se existe lucro, e parte do pagamento é vinculado às metas da área, setor ou individuais.

Alguns segmentos de mercado usam a remuneração total (composta por salário nominal, mais remuneração variável - bônus ou PLR, mais benefícios) de forma que prioriza, ou melhor, coloca mais peso na remuneração variável. É o caso do mercado financeiro, que tem a prática de bonificações semestrais que tem um peso por vezes superior à remuneração fixa. Outros segmentos priorizam a remuneração fixa, sendo mais conservadores com a remuneração variável, é o caso das indústrias em geral.

Embora seja um assunto discutido desde a década de 1940 e 1950, principalmente por influencia das organizações japonesas, o modelo de remuneração variável e pagamento de Participação nos Lucros e Resultados foi mais difundido no Brasil entre as décadas de 1980 e 1990, juntamente com o movimento organizado dos trabalhadores que teve como um de seus locais de referência no Grande ABC.

O principal objetivo das práticas que se convertem em políticas organizacionais é alavancar a divulgação e cumprimento e por vezes a superação das metas estratégicas organizacionais. Se você é gestor, empresário ou empregado, é importante entender bem estas práticas. Siga confiante e boa sorte! 




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