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Madonna participa de encontro sobre cabala em Israel
Por Da AFP
16/09/2004 | 12:36
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A diva pop americana Madonna, que antigamente se auto-denominava uma autêntica Material Girl, mergulhou nesta quinta-feira nos ensinamentos espirituais da milenar tradição judaica da Cabala, no primeiro dia de sua polêmica visita a Israel.

Sentada na primeira fila, entre companheiros cabalistas numa assembléia, num caríssimo hotel de Tel Aviv, uma supreendentemente retraída Madonna ouviu atentamente a palestra de seu guia espiritual, Eitan Yardeni.

"Passado e presente estão interligados, assim como o pessoal e o global", disse seu guru israelense, falando em inglês, com tradução simultânea para o hebraico, árabe e espanhol aparecendo em telões.

Numa alusão aos ataques de 11 de setembro de 2001 em Washington e Nova York, Yardeni reforçou a "interconexão de todos os eventos", enquanto falava sobre o conceito de consciência, que definiu como "a luz do criador".

Os jornalistas só viram Madonna por um instante. Ela trajava um suéter preto e um chapéu xadrez multicolorido. Seu marido, o cineasta britânico Guy Ritchie, vestido de branco, foi visto na seção para homens na sala de conferências.

A sala de convenções do hotel foi transformada numa sinagoga especialmente para o evento, com homens e mulheres separados uns dos outros. Organizadores do Centro da Cabala explicaram que a roupa branca foi imposta por motivos religiosos, pois o seminário coincidiu com o Ano Novo judaico. Mesmo assim, a maioria das mulheres decidiu usar roupas coloridas.

A presença do casal famoso, bem como da estilista americana Donna Karan, não pareceu causar muito tumulto na atenta platéia, apesar do forte esquema de segurança montado em frente ao hotel.

Os participantes, a maioria judeus das Américas do Norte e Latina, disseram ter recebido bem a visita de Madonna e sua conversão à Cabala.

Aparentemente um convidado inconveniente, o líder local muçulmano Abdelsalam Manasra disse ter sido convidado pelo Centro da Cabala para "acompanhar o retiro com espírito de coexistência religiosa e paz".

"A Cabala, assim como o Sufismo, celebra o amor e o respeito a Deus", afirmou, em alusão ao que descreveu como equivalente muçulmano da Cabala.

"Nós gostamos da visita de Madonna, que além de cantora também é uma pessoa espiritualizada", acrescentou Manasra, que veio de Nazarah, norte de Israel. Diante do hotel lotado, uma jovem israelense começou a cantar os maiores sucessos de Madonna dos anos 80. "Sou a jovem Madonna", disse Orit Naor, cabelos loiros platinados, após cantar o sucesso "Like a Virgin", de 1984.

Madonna, 45 anos, que durante muito tempo foi um símbolo sexual, mudou seu nome há dois anos para Esther e cumpre o 'shabbat', dia sagrado da religião judaica.

A visita de Madonna foi bem recebida pelo governo israelense, desesperado por atrair celebridades que, de outra forma, não poriam seus pés no país por medo de problemas de segurança, em função da nova Intifada palestina, que já dura quatro anos.

Apesar disso, a conversão de Madonna à Cabala desagrada alguns tradicionalistas. Sábios religiosos afirmam que a versão praticada por Madonna - com seu enfoque na "paz interior, na prosperidade financeira, no poder e no prazer" - se distancia muito da espiritualidade ortodoxa prescrita pelos sábios da antigüidade.




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