Santo André, São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não registram nenhuma morte por Covid-19 desde sábado. A notícia é muito boa. Só não é melhor, todavia, porque eclipsada pela divulgação de que a taxa de transmissão do novo coronavírus voltou a subir no Grande ABC. O indicador, que já foi de 0,53 há dois meses, é agora de 1,07. Isso significa dizer que cada grupo de 100 infectados contamina outros 107. Todo número maior que 1 aponta que a disseminação da doença fugiu do controle. Há razões bastante sólidas, portanto, para as sete cidades se preocuparem. A batalha contra a pandemia segue aberta.

É compreensível, e até esperado, que após tantas mortes registradas pelo novo coronavírus – exatas 10.065 apenas nos municípios da região –, haja entusiasmo exacerbado ante o menor indício de que o inimigo esteja sendo subjugado. Mas ainda há muito trabalho a ser feito antes que o Grande ABC possa, finalmente, cantar vitória na guerra. Acelerar a aplicação da segunda dose é o principal desafio, mas também é importante conscientizar a população sobre continuar observando as regras sanitárias.

Algumas cidades da região têm promovido iniciativas para ampliar o processo de imunização. São Bernardo estendeu o horário de funcionamento de 20 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para atender munícipes. Mauá programa para o fim de semana a instalação de tendas sanitárias em alguns dos endereços mais movimentados para receber munícipes interessados em completar o ciclo vacinal.

Para além da aplicação de doses, espera-se também que as autoridades sanitárias municipais reforcem as orientações para que regras profiláticas de distanciamento e isolamento continuem sendo respeitadas pela população, assim como as de higiene. Se cada um continuar a fazer a sua parte, sem se deixar levar pelo entusiasmo natural causado pelas boas notícias no processo de combate à pandemia, daqui a pouco tempo todos poderão, finalmente, celebrar a vitória final no enfrentamento do maior desafio sanitário do século. Que assim seja.