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Santo André promove vivência de vôlei sentado aos atletas

Jogadores da equipe sub-21 fizeram atividade para sentir na pele e homenagear brasileiros que estão representando o País em Tóquio

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
05/09/2021 | 00:01
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André Henriques / DGABC


Os esportes paraolímpicos e, consequentemente, a Paraolimpíada, têm, por característica, despertar curiosidade e até promover comparações com os esportes convencionais. Se colocar no lugar dos paratletas pode fazer com que se possa sentir na pele as dificuldades impostas pelas modalidades, como por exemplo o vôlei sentado, que é ágil e rápido como o convencional.

O Brasil chegou às disputas do bronze tanto no masculino quanto no feminino nos Jogos de Tóquio, ontem, e as mulheres conseguiram alcançar o terceiro lugar no pódio, e os homens ficaram no quarto posto. Enquanto isso, por aqui, a equipe do Super Vôlei Santo André reproduziu nos treinos do time sub-21, que está na disputa do Estadual, atividades simulando o esporte adaptado. A ideia partiu do preparador físico Marcelo da Cruz Ferreira, em misto de recreação, homenagem e inclusão.

“Aproveitando a Paraolimpíada e a modalidade em disputa, fiz a atividade com os atletas para vivenciarem essas capacidades motoras de um modo diferente, como melhorar a flexibilidade, porque não vão ter o corpo ajudando, então vão ter que usar toda a extensão do braço, ter amplitude no movimento. Então trabalhamos a agilidade de membros superiores, força explosiva para atacar. E até mesmo para eles valorizarem esses atletas (paraolímpicos), em um País que não é tão adaptado a eles, sem calçadas apropriadas. sem banheiro próprio para eles. Então foi tentativa de motivá-los para que possam conhecer na prática”, afirmou o preparador. “E foi legal porque ouvi dos nossos atletas que eles tinham que ter mais técnica, tanto para defender os espaços vazios, como atacar. Achei positivo eles terem essa dinâmica de observação. Parece ser esporte fácil de praticar, mas considero um dos paraolímpicos de maior agilidade e rapidez. Contribui muito tanto para a saúde mental dos praticantes, na auto-estima, como também exige muito da coordenação motora, reflexo, agilidade e permite até uma melhora física, contribuindo para adaptação e readaptação física global do atleta ou da pessoa”, continuou Marcelo da Cruz Ferreira.

Na visão do técnico Celso André Mariano, o Celsinho, a atividade foi bastante proveitosa. “Ao mesmo tempo que é uma recreação e faz parte do aquecimento, eles sentem (na pele) as dificuldades. O vôlei é um dos esportes mais difíceis, mais complicado do que outros, o adaptado, então, ainda mais. A dificuldade de deslocamento e tudo mais. É uma homenagem de coração a esses guerreiros, que têm de ser parabenizados, porque é mesmo muito difícil. Se for seguir as regras certinho, de não tirar o glúteo (do chão), a gente nem consegue jogar.”

Técnico da equipe masculina paraolímpica, o andreense Celio Mediato parabenizou a equipe pela vivência. “Não estava sabendo da iniciativa, porque estou no Japão desde 10 de agosto, quando viemos para aclimatação. Acho maravilhoso, precisamos divulgar a inclusão. Existem vários esportes para pessoas com deficiência e muitas não conhecem os esportes disponíveis para eles.
É iniciativa muito bacana. Conheço Celsinho, (Marcelo) Madeira e Orlando, fico contente por essa iniciativa deles. Ajuda a divulgar nossa modalidade. Além de falar sobre inclusão, o esporte em si é muito bom. Melhora a auto-estima. Parabéns a eles, meu agradecimento para essas pessoas que ainda estão batalhando pelo vôlei de Santo André”, disse o treinador, que iniciou sua carreira na extinta equipe da Pirelli.  




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