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Auricchio nos vendeu ilusão de que ele estava elegível, diz Parra

Ex-vereador, hoje aliado de Palacio, critica tucano: ‘Há colapso político por causa do ex-prefeito’

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
16/06/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/Dgabc


Ex-vereador de São Caetano, Edison Parra (Podemos) afirmou que o ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) “vendeu ilusão” ao time ao assegurar que tinha condições jurídicas de disputar a reeleição, no ano passado. “Se a cidade vive hoje um colapso político-administrativo é muito pela teimosia dele.”

Parra deixou o núcleo auricchista e já anunciou apoio à futura candidatura do ex-vereador Fabio Palacio (PSD) caso haja nova eleição no município. O parlamentar, que obteve 1.160 votos, ficou fora da casa depois que a votação de Beto Vidoski (PSDB) foi contabilizada e houve retotalização dos votos – o Podemos perdeu uma cadeira, que ficou com o PSDB.

Em visita ao Diário, o ex-vereador disse que em várias reuniões Auricchio falou ao bloco que tinha plenas condições jurídicas de participar da eleição – ele havia sido condenado pela Justiça Eleitoral por captação de doação eleitoral irregular no pleito de 2016. Apesar de ter sido o mais bem votado na corrida ao Palácio da Cerâmica no ano passado, o tucano teve os 42,8 mil votos anulados. Ele ainda busca reverter a situação e, enquanto isso, a cidade é administrada por Tite Campanella (Cidadania).

“Ele (Auricchio) tenta recorrer sobre uma causa perdida. Ele perdeu em primeira instância, no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), viu o MPF (Ministério Público Federal) recomendar a rejeição do recurso e o relator do caso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral, Luis Felipe Salomão) já votou contra ele. Agora, vive falando que o desfecho desse imbróglio jurídico só será o ano que vem. É um vendedor de ilusão”, disparou Parra.

“Temos convicção que haverá a análise do caso (por parte do TSE) ainda neste mês e projetamos que haverá nova eleição no dia 12 de setembro. Ele (Auricchio) fala em eleição do ano que vem porque quer ver o aumento da incerteza. Ele nos garantiu que tomaria posse dia 1º de janeiro. Estamos em junho”, emendou.

Parra declarou que se distanciou de Auricchio no fim do ano passado, mas que há tempos vem sentindo que o ex-prefeito o preteria nos principais debates. Ele alegou que não viu empenho do então aliado em suas tentativas de ser presidente da Câmara – colocou o nome à disposição em 2017 e 2018, em ambas eleições internas vencidas por Pio Mielo (PSDB).

O ex-vereador revelou que o estopim foi crítica feita por Auricchio quando ele ingressou na Justiça para tentar anular os votos de Vidoski. À época, o tucano considerou a atitude de Parra “meio desesperada”. “Eu estava atrás do meu direito, assim como ele busca a Justiça atrás do que ele acha que é certo. Achei a fala agressiva. E, neste tempo, vi um acolhimento do grupo do Fábio”, comentou.

“Acredito que o Fábio está mais preparado. Estudou para isso. Hoje temos um governo que tem um prefeito tutor (no caso, Auricchio) e um tutelado (Tite), que não consegue impor seu ritmo por causa da instabilidade jurídica”, finalizou. 




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