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Investigação ameaça parar Congresso
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28/07/2006 | 00:07
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Com um grande número de parlamentares acusados de envolvimento no esquema de fraude na compra de ambulâncias com dinheiro público, o Congresso – que tomará posse em fevereiro de 2007 – poderá começar os trabalhos com as mesmas dificuldades verificadas no último ano, depois do escândalo do mensalão. Parlamentares prevêem novamente a paralisia nas votações, a desarticulação dos líderes e a falta de liderança sobre as bancadas partidárias, com os grupos tentando se livrar da cassação. E o resultado disso poderá ser mais uma vez a não aprovação de novas reformas e projetos importantes mantidos na gaveta e congelamento da agenda do presidente eleito.

Sem ambiente para discussão de propostas, as votações seguirão o ritmo do último ano, ou seja, muito lento. “Será complicado e difícil. Isso vai tornar o Congresso em uma Corte de Julgamento de parlamentares e o Legislativo vai deixar de exercitar sua melhor função e perder o melhor de seu tempo para analisar esses processos”, afirmou o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que desde o ano passado tenta concluir o julgamento dos deputados acusados pela CPI dos Correios.

A CPI pediu a cassação de 19 deputados. Até hoje, os processos contra os 15 (quatro renunciaram para fugir da cassação) ainda não foram concluídos.

Integrante da CPI das Sanguessugas, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) prevê mais um período de paralisia dos trabalhos no próximo ano. “Ou moralizamos a Casa ou será mais uma legislatura que enfrentará os mesmos problemas do último ano”, afirmou Delgado. Ele propõe que o projeto que acaba com o voto secreto nos processo de cassação seja votado logo.

Prevendo paralisia nos trabalhos, o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), defende a votação da emenda que acaba com os processos de cassação no Congresso, deixando a função para o Supremo Tribunal Federal. “Nesse momento, reforça-se a necessidade de reformulação da estrutura de julgamento de parlamentares. O Ministério Público investiga e o Supremo julga”, defendeu Fontana.       



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