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Aumenta para 39% número de jovens metalúrgicos
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
13/12/2009 | 07:15
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O número de jovens atuando em metalúrgicas é cada vez maior. Pesquisa realizada pela subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, aponta que a participação de trabalhadores entre 18 e 30 anos aumentou de 22,6% (em 1998) para 39% (em 2008), totalizando 94,2 mil jovens na base da FEM (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos) no Estado de São Paulo.

Segundo Carlos Mina, especialista em gestão de pessoas e autor do livro ‘Acredite: Há vida inteligente no chão de fábrica', a média baixa de idade dos trabalhadores é uma tendência do segmento metalúrgico. "Nos últimos anos, as máquinas substituíram muitos trabalhadores e elevaram o nível de tecnologia. Portanto, cada vez mais as companhias visam um profissional capaz de exercer mais de uma função e que consiga lidar melhor com os avanços tecnológicos", destaca.

Segundo Alessandro Vargas, 26, que trabalha há dois anos em uma metalúrgica da região, o fator principal na hora da escolha da profissão foi a remuneração. "Sempre soube que os metalúrgicos têm bons salários e ganham inúmeros benefícios, como a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados). Por isso, me interessei pela carreira, mas atuando na área é possível perceber que quem não se recicla, não estuda, perde a vez", destaca.

Segundo a pesquisa, no quesito faixa etária, 51% dos metalúrgicos têm entre 30 e 50 anos e 10% acima de 50 anos. O setor que tem empregado mais jovens é o de informática e eletrônicos, com 55% dos trabalhadores com até 30 anos.

O coordenador do Coletivo de Juventude da FEM, Wellighton Messias, explica que a conquista da cláusula sobre a "diversidade nas contratações" - que permite que o recrutamento de funcionários sem experiência em carteira e de pessoas acima de 40 anos de idade -, elevou o número de jovens no ramo. Segundo Messias, as boas condições salariais e a garantia de vários direitos sociais são outros fatores que têm atraído os jovens. "É lógico que estes benefícios são resultado da pressão e da mobilização dos sindicatos metalúrgicos que lutam para ampliar os avanços para a categoria", diz.

A pesquisa ‘Perfil do Trabalhador Metalúrgico no Estado de São Paulo' analisou os dados da Rais-2008 (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho. De acordo com o levantamento, a base da FEM totalizava, em dezembro de 2008, 240,9 mil trabalhadores representados por 13 sindicatos filiados.

A pesquisa estabeleceu que a categoria metalúrgica no Estado de São Paulo é jovem e formada em sua maioria (85,3%) por homens. Grande parte dos trabalhadores têm Ensino Médio e a faixa média salarial oscila de R$ 1.618,32 a R$ 4.559,93, dependendo do segmento.

Mulheres são apenas 14,7% da categoria

A pesquisa sobre o universo dos trabalhadores metalúrgicos aponta que 85,3% dos trabalhadores são homens e somente 14,7% são mulheres.

A Secretária da Mulher da FEM (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos), Rosimar Dias Machado, explica que um dos fatores do baixo percentual de mulheres no ramo é a alta rotatividade. "Quando há demissões, as mulheres são as primeiras. Isto é injusto porque elas são muito responsáveis, cumprem jornada e nunca atrasam", ressalta.

A sindicalista salienta que a FEM tem realizado ações de sensibilização junto às trabalhadoras, incentivando a participação nas ações sindicais, e também junto ao lado patronal com o objetivo de combater a rotatividade. "Nos últimos dois anos, conquistamos uma melhoria significativa de vários direitos para as mulheres e temos lutado para ampliar cada vez mais."

ESCOLARIDADE
Sobre a questão do nível de escolaridade da categoria, a pesquisa do Dieese constatou que 53% dos metalúrgicos da base da FEM têm o Ensino Médio completo, mas 30% ainda não completaram os estudos.

 

O presidente da FEM, Valmir Marques, o Biro Biro, ressalta que é questão de cidadania lutar para que os trabalhadores terminem o Ensino Médio. "Esta será uma importante bandeira da FEM em 2010 e a juventude metalúrgica dará a sua contribuição", finaliza. (Michele Loureiro)




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