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França quer relatório sobre lavagem de dinheiro em Mônaco
Por Do Diário do Grande ABC
22/06/2000 | 13:05
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O ministro francês das Finanças, Laurent Fabius, anunciou nesta quinta-feira ter pedido um relatório sobre Mônaco, após a publicaçao, nesta quarta-feira, de um documento parlamentar acusando o principado de ser um lugar propício para a lavagem de ``dinheiro sujo'.

``Mônaco é um dos territórios mais hipócritas na luta contra a lavagem de capitais', resumiu nesta quarta-feira, em Paris, o deputado relator de uma comissao investigadora francesa, Arnaud de Montebourg.

Mônaco é ``um lugar propício para a lavagem de capitais', indica o informe parlamentar apresentado por Montebourg, que pediu ao governo francês que revise seus acordos com este principado mediterrâneo, a fim de salvaguardar a credibilidade da França em seu combate contra a delinqüência financeira internacional.

No relatório, se explica que a implicaçao de Paris no funcionamento das estruturas de decisao monegascas ``contribui para desacreditar' sua vontade política de lutar contra a lavagem de ``dinheiro sujo'.

Por sua vez, o governo monesgasco anunciou nesta quinta-feira ter tomado nota da existência do informe parlamentar francês e informou que fará os comentários ``necessários' depois de ter tomado conhecimento do documento, segundo comunicado do Centro de Imprensa do principado.

O governo de Mônaco ``nao deixará de comunicar as observaçoes e comentários que pareçam necessários' depois de ter tomado conhecimento do informe parlamentar francês, indica o comunicado.

``Esta questao será evocada dentro das relaçoes de cooperaçao entre o governo monegasco e as autoridades da República Francesa', conclui o documento do Centro de Imprensa de Mônaco.

O deputado socialista havia informado que o mecanismo de sociedade ``off-shore' empregado pelos ``criminosos' financeiros ``nao só é tolerado como também é organizado' em Mônaco.

No principado nao há controles bancários rigorosos, a legislaçao garante o anonimato das transaçoes, o Cassino nao tem qualquer controle e a cooperaçao administrativa e judicial internacional é ``desfalecente', disse.

O informe parlamentar ataca também diretamente o Cassino de Montecarlo, do qual é acionista o príncipe Rainier, afirmando que esse estabelecimento funciona à margem de qualquer sistema de normas e dentro de uma estratégia de ``cortina de fumaça judicial' que favorece a lavagem.




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