Amigos e familiares dos irmãos Luiz e Adilson de Paula, conhecidos como Batata e Batatinha, respectivamente, acreditam que a morte dos dois tenha sido resultado de briga no trânsito. O vice-presidente do São Caetano e seu irmão - que trabalhava no almoxarifado do clube - foram assassinados na tarde de anteontem, na Rua Baía Grande, na Vila Alpina, Zona Leste da Capital.

Os corpos foram enterrados às 15h, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo. A imprensa foi impedida de acompanhar o velório, e a família não quis dar entrevistas.

Arlete Moro, 53 anos, amiga da filha do dirigente, disse que a família está em choque. "Assim que eles foram mortos, já começou a passar na televisão."

Luiz deixou três filhos do primeiro casamento: uma moça de 23 anos e dois rapazes, um de 28 e outro que completou 11 anos ontem. A mulher atual está grávida de dois meses do quarto filho de Batata.

Adilson, que conduzia o Fiat Palio quando foi morto com o irmão, deixou mulher e um filho de 7 anos, que ainda não sabe da morte do pai.

"Falamos que o pai está viajando com o tio Batata. Não sabemos nem como contar", disse o concunhado dos irmãos, José Henrique Polasse.

Presidente de honra do São Bernardo FC, Edinho Montemor confirmou que Adilson tinha temperamento mais explosivo, até por ser mais novo que o irmão. Embora Batata fosse conhecido pelo trato restrito com a imprensa, Montemor disse que ele se portava como pedia a posição. "Todos que são envolvidos com futebol têm ‘pavio curto'." Mesmo assim, disse não acreditar que o crime tenha sido motivado pelo comportamento dos irmãos. 

MEDO
O presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, disse que era amigo havia 30 anos de Luiz, que há 12 era seu vice no clube. Ele contou que Batata estava, sim, amedrontado com a violência, pois havia sido assaltado em companhia de um dos filhos. Há duas semanas, ele teria comprado uma caminhonete blindada para o filho mais velho. Na noite do crime, o dirigente ia buscar seu Honda Civic blindado, que havia apresentado defeito. No caminho, ele e o irmão foram atingidos.

"A vida das pessoas não significa mais nada", lamentou o secretário de Esportes de São Caetano, Gilberto Costa, que almoçou na tarde do crime com o dirigente e aposta na versão de briga de trânsito.