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Filarmônica de S.Bernardo entra em ano decisivo
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
01/01/2002 | 17:33
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Este ano será decisivo para a Orquestra Filarmônica de São Bernardo. Apesar de já ter garantida a sua sobrevivência com as verbas da Prefeitura, confirmadas no orçamento de 2002, o grupo terá de obter patrocínios para assegurar a realização de suas próximas temporadas.

“A orquestra é uma grande alegria para nós. Ela cumpriu todas as expectativas em 2001, apresentando-se para os mais diferenciados públicos. Para 2002, sua existência está garantida, mas esperamos que as empresas possam colaborar por meio de patrocínio”, diz o secretário de Cultura de São Bernardo, Admir Ferro.

A matemática que garante a continuidade dos trabalhos envolve cifras altas. O presidente da Sociedade dos Amigos das Artes – que administra a Filarmônica – Moacir Donadelli, diz que em 2001 a orquestra custou cerca de R$ 130 mil por mês, ou seja, cerca R$ 1,5 milhão por ano. Para 2002, o orçamento da cidade prevê uma verba apertada: R$ 1,4 milhão.

Pelo projeto da Filarmônica aprovado pela Lei Rouanet, o grupo poderá captar até R$ 2,5 milhões em patrocínios. O mínimo necessário para valer a Lei é R$ 600 mil.

Mas Donadelli está animado: “Há pelo menos três empresas de grande porte interessadas em adquirir cotas de patrocínio”, afirma. Ele acredita que será possível obter cerca de R$ 1,5 milhão.

Com isso, diminuiria a participação do poder público no caixa. Uma sobra que, segundo Admir Ferro, poderia servir, por exemplo, para as bandas infantis e juvenis cujos trabalhos a cidade está retomando.

De acordo com Donadelli, a Filarmônica só não conseguiu fechar essas “parcerias” em 2001 porque “chegou atrasada”. É que o projeto para captar recursos pela Lei Rouanet só foi aprovado em março do ano passado. Eventuais patrocinadores só poderiam fechar negócio com suas contas no “azul”; e o balanço das empresas, por sua vez, sai apenas no final do ano.

No decorrer desses meses, a Filarmônica fez o que pôde: divulgou folders, CD-ROMs, visitou empresas (tudo por meio da Sociedade) e realizou dois concertos de gala no Maksoud Plaza, em São Paulo.

O próprio Donadelli, que atua há mais de 30 anos no ramo de construção, admite que leu livros sobre marketing cultural e fez um curso para entender melhor os mecanismos desse sistema. “Agora, temos um ano inteiro de trabalho realizado, o que certamente irá nos ajudar. Antes, quem era eu para chegar em uma empresa e pedir R$ 2 milhões?”, diz Donadelli. Pelas regras da Lei Rouanet, a Sociedade Amigos das Artes tem até dezembro deste ano para conseguir captar as verbas previstas no projeto.




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