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Venda de veículos novos na região está na marcha lenta

Dados de entidade que representa revendas mostram que foram comercializadas 3.114 unidades no mês passado

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
03/09/2020 | 00:32
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Denis Maciel/DGABC


A venda de veículos zero quilômetro ainda está longe de recuperar os patamares do ano passado no País e segue em marcha lenta também na região devido à crise causada pelo novo coronavírus. Em agosto, foram comercializados 3.114 veículos – incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – nas sete cidades, totalizando 18,2 mil emplacamentos neste ano. No mesmo período de 2019 foram emplacados 38,2 mil, ou seja, houve encolhimento de pelo menos 20 mil unidades, queda de 52,26%.

Em todo o País, foram vendidos 183,3 mil veículos no último mês, que apesar da alta de 5,10% em relação a julho, representa queda de 24,5% na comparação com agosto do ano passado e redução de 35% quando avaliados os oito primeiros meses de 2019. Os dados foram divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Na região a situação é um pouco diferente. Em agosto foram 3.114 emplacamentos (veja mais na arte acima), número menor do que em julho, que registrou 3.804, queda de 18,14%. Porém, quando os números são comparados com junho nota-se uma melhora, já que naquele mês foram vendidas 2.882 unidades.

Entre as cidades, o destaque ficou com Santo André, que registrou 1.036 emplacamentos.

“Acredito que deva acontecer uma trajetória de crescimento. Depois da pandemia, a compra de um carro passou a ser uma questão de segurança. Outro detalhe é que aplicações financeiras, como a poupança, estão com baixo rendimento. Com os juros melhores no financiamento, a compra de um novo veículo é um investimento”, avalia Octavio Vallejo, ex-superintendente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado de São Paulo) e fonte do setor.

O coordenador de MBA em gestão estratégica de empresas da cadeia automotiva da FGV, Antonio Jorge Martins, afirmou que existe perspectiva de retomada em “marcha lenta” do mercado de veículos. “Me parece que o mercado tem reagido ao fato de ter ficado paralisado por quatro meses”, afirmou. “Quando se aproxima o fim do ano, existe uma tendência natural de maior consumo por parte da sociedade, e isso também pode se refletir no mercado de veículos novos.”

COMERCIAIS E LEVES
Em agosto, o segmento de automóveis e comerciais leves registrou 173.544 emplacamentos no País, alta de 6,42% em relação a julho (163.075 unidades). Na avaliação do presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, uma conjunção de fatores contribuiu para que o mercado de automóveis e comerciais leves reagisse positivamente, incluindo as facilidades de financiamento. “A manutenção da taxa Selic em níveis baixos, assim como a pandemia, têm estimulado a compra de carros para o transporte individual das pessoas. Além disso, os financiamentos ficaram mais acessíveis. Atualmente, o índice de aprovação cadastral é de quase sete para cada 10 avaliações enviadas aos bancos.”

Considerando todos os tipos de veículos, agosto ocupa o 14º lugar do ranking (entre todos os meses de agosto, desde o início da série histórica, em 1957) e, no acumulado, o 16º. “Já estivemos em pior colocação, o que demonstra que, aos poucos, o mercado está se recuperando”, afirma Assumpção Júnior. 




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