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São Caetano participa de testes de medicação contra a Covid

Governo federal busca 500 voluntários para comprovar eficácia do Nitazoxanida; ministro Marcos Pontes explicou estudo

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
13/06/2020 | 00:30
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André Henriques/DGABC


Com apostas de que a ciência encontre, enfim, remédio eficaz contra os primeiros sintomas da Covid-19, o governo federal lançou, nesta semana, a campanha #500VoluntáriosJÁ, que testará a eficiência do medicamento Anitta – antiparasitário formulado pelo composto Nitazoxanida – nos primeiros dias da doença. São Caetano foi a única cidade do Grande ABC a entrar no programa e fará parte do estudo ao lado de três municípios escolhidos pelo ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – Sorocaba, Barueri e Bauru, todas no Interior.

Embora a testagem já tenha sido iniciada em São Caetano na segunda-feira, a apresentação oficial do programa foi feita ontem pelo ministro da pasta, Marcos Pontes, no Hospital de Emergências Albert Sabin, no bairro Santa Paula. Segundo o astronauta, o município foi escolhido pelo avanço em ações de combate ao novo coronavírus, sobretudo pela infraestrutura médica existente. “Nossos secretários conversaram com diversas prefeituras e São Caetano foi uma das cidades mais proativas, e que já tinha até um equipamento adequado para o atendimento (o Hospital Albert Sabin). Esta infraestrutura pronta e bem preparada, ajuda, e muito, para que tenhamos um estudo rápido. Precisamos de velocidade, tem gente morrendo por todo o País”, explicou Pontes.

Além dos quatro municípios paulistas, o Distrito Federal e Juiz de Fora (Minas Gerais) também estão testando a proficiência do medicamento em carreta da campanha. Pontes destacou que, se até ontem o País já tivesse reunido os 500 voluntários, em 15 dias poderia anunciar avanços que acredita que serão significativos no combate à pandemia. “Precisamos de 500 voluntários, entre as cidades, para os testes. Se conseguirmos estas pessoas rapidamente, em breve teremos um remédio, muito provavelmente, eficaz”, comemorou Pontes.

O ministro caracterizou a doença como “traiçoeira”, já que o paciente infectado, em muitas vezes, não apresenta sintomas e, de repente, está entubado. “Já pensaram sobre como muda o cenário se confirmamos a eficiência do Anitta? A pessoa começa a ter sintomas, toma um remedinho em casa, e em poucos dias o vírus está sanado naquele paciente”, projetou Pontes, destacando que a principal importância de um remédio como esse é que o composto deve agir no começo da doença. “Evitamos que o vírus se conecte com a célula do corpo, e quando isso é feito, evitamos que a pessoa desenvolva sintomas, sobretudo os mais graves”, explicou.

Prefeito do município, José Auricchio Júnior (PSDB) disse que aceitou o convite não somente pelo fato de o estudo farmacológico estar dentro dos padrões internacionais, mas também para contribuir em período que denominou como “crítico” para o Brasil. “Nossos indicadores de combate à Covid-19 e algumas ações específicas no ponto de vista estratégicos chamaram de alguma forma a atenção do ministério. É uma satisfação poder contribuir”, comemorou o chefe do Paço.

Diretor técnico do Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin, Marco Antônio Cezário de Melo Júnior fez questão de destacar que o uso do medicamente em pacientes sem sintomas, que não estejam contaminados ou para prevenção, “não faz sentido algum”. “Testaremos as pessoas com sintomas iniciais do quadro gripal, que passam de maneira espontânea no centro de atendimento aqui no (hospital) Albert Sabin. Se testado positivo, convidaremos esse paciente a participar do estudo”, explicou.

Todos os voluntários que se encaixarem nas características do estudo serão atendidos em uma carreta, posicionada ao lado do centro médico. Importante ressaltar que todos, independentemente de estarem ou não com sintomas, devem estar com máscara de proteção.

O medicamento deve ser tomado pelo paciente contaminado com a Covid-19 por cinco dias. O voluntário será acompanhado remotamente por equipe médica, a fim de medir o quão eficiente o remédio foi durante o período de oito dias. Até ontem, 15 pacientes positivos já estavam cadastrados no estudo.

TESTES INICIAIS
Segundo estudos do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), organização social vinculada ao ministério, a Nitazoxanida reduziu em 94% a carga viral em células infectadas in vitro. Com a avaliação dos 500 voluntários, o ministério espera poder comprovar a eficácia do tratamento com a fórmula, em pacientes de quadro leve e inicial do novo coronavírus. 




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