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Saga de Peter Jackson chega ao fim
Por Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
02/06/2004 | 20:14
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Há uma grandiosidade que envolve a trilogia cinematográfica O Senhor dos Anéis que só é entendida por quem já assistiu aos filmes de Peter Jackson. A jornada do espectador é longa – cada parte tem cerca de três horas de duração –, assim como a missão do pequeno Frodo (Elijah Wood), o hobbit responsável por destruir o anel do poder e salvar a Terra-média. Mas esta duração excepcional se justifica em todos os momentos, em especial no terceiro filme, O Retorno do Rei, lançado mundialmente na semana passada em DVD duplo.

O Retorno do Rei é o clímax da história épica de J.R.R. Tolkien, como lembra o diretor neo-zelandês em um dos documentários do extra. “Tudo o que acontece em A Sociedade do Anel e As Duas Torres acontece em função do terceiro filme”, diz Jackson. Frodo começa a sentir o fardo de carregar um objeto tão poderoso e abre caminho, com sua exaustão – e nunca fraqueza, como pode ficar subentendido –, para o heroísmo de Sam (Sean Astin). “Fica claro, em O Retorno do Rei, que Frodo nunca conseguiria completar sua missão sem a ajuda de Sam”, diz Wood.

Interessante saber que o jovem ator passou, ele próprio, por uma transformação durante as filmagens. “Elijah começou a fazer O Senhor dos Anéis com 18 anos e terminou com 22. Como o personagem, ele amadureceu diante das câmeras, e isso o ajudou muito na composição”, lembra Jackson nos extras do DVD, disponíveis apenas na versão dupla, para compra. Há cenas de bastidores que mostram o quanto o pulso firme do diretor foi importante para manter a boa interpretação de Wood, o ator mais jovem da trilogia – e também seu protagonista.

Quem fala disso, também, é o intérprete de Gandalf, sir Ian MacKellen. “O Senhor dos Anéis prova uma teoria na qual eu já acreditava: a de que grande parte do trabalho do ator depende do diretor”, diz o veterano ator, responsável por algumas das seqüências mais emocionantes de O Retorno do Rei. Seu personagem é o condutor dos homens contra o numeroso exército de orcs, prestes a tomar a cidade de Minas Tirith, coração de Gondor. No segundo filme, pelo abismo de Elm, lutavam 10 mil destas criaturas. Agora, são 600 mil.

O Retorno do Rei, no entanto, é também um filme de coadjuvantes. Nesta batalha, por exemplo, a cena do arqueiro Légolas (Orlando Bloom) contra um grupo de mercenários montados em um elefante gigante (o olifante) é espetacular. Assim como a presença da jovem Éowyn (Miranda Otto), que se infiltra nas tropas para combater ao lado do pai, o Rei Théoden (Bernard Hill) – e acaba por derrotar o cavaleiro negro, um dos principais inimigos do exército de Gondor.

Mas é Aragorn (Viggo Mortensen) quem tem maior destaque. De guerreiro exilado em A Sociedade do Anel, ele assume o reino de Gondor, controlado, até então, pelo regente Denethor (John Noble). O personagem é profundamente analisado no documentário produzido pelo National Geographic. Aragorn é comparado por historiadores a vários líderes da civilização, como a rainha Elizabeth I, da Inglaterra (já que ambos renunciaram ao amor por uma causa maior). Por tudo que apresenta, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, mesmo fantasioso, é um dos filmes mais sérios dos últimos tempos. Não à toa, cerca de 1 bilhão de pessoas foram aos cinemas para conferir sua trama. E outras tantas devem fazer o mesmo nas locadoras, para vê-lo na telinha.




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