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Gente do Inamar conta suas histórias
Por Thiago Krauss
Do Diário do Grande ABC
01/06/2007 | 07:07
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Com 1,2km² de área, o Jardim Inamar, na Zona Sul de Diadema, é o bairro com menor extensão da cidade. Subdividido em loteamentos no início dos anos 1960, apesar de pequeno, levou um tempo considerável para atingir as proporções atuais. Neste sábado, a comunidade do Inamar recebe a ação social Diário do Grande ABC nos Bairros.

Na época, sequer existia infra-estrutura básica. Porém, com o esforço dos moradores, tudo começou a mudar. O aposentado Daniel Dias dos Santos, 73 anos, dos quais 42 morando no Inamar, se lembra bem das dificuldades para se conseguir um cantinho de terra. Vindo do bairro de São João Clímaco, na Capital, chegou ao bairro em 1965 e, para comprar um terreno de 140m², teve de dar todas as economias e parcelar o restante em 50 meses. “Naquela época, em meio a muito mato e barro, só havia duas casas. É interessante ver como aqui cresceu e ainda está crescendo” diz Dias, espantado.

Por conta de um processo de desapropriação na conhecida Rua Vergueiro, em São Paulo, nos anos 1960, ele e muitos outros moradores daquela região escolheram o Jardim Inamar para fixar nova residência. “Com esta mudança repentina, o que se via por aqui era um monte de barracos por todos os lados. Uma loucura”, recorda.

Devido à expansão repentina da região, as necessidades em relação à infra-estrutura logicamente aumentaram. Os moradores, então, se organizaram e formaram uma liderança de aproximadamente dez pessoas (incluindo Dias). Dessa maneira, ganharam em 1968, a primeira linha de ônibus.

Os coletivos da viação Diadema foram muito comemorados pela comunidade que, àquela altura, começava a acreditar que o bairro poderia ir melhorando. “Este coletivo era conhecido como ‘poeirinha’. Quando vinha, trazia junto um pó danado”, relembra Daniel Dias. E assim o bairro foi crecsendo. Entre os anos de 1970 e 1971, chegou a iluminação. Em 1984, a água passou a ser encanada e só em 1989 chegou o asfalto.

O memorialista de Diadema, membro do GIPEM (Grupo Independente de Pesquisadores da Memória), Walter Adão Carreiro ressalta que esses primeiros moradores foram “verdadeiros heróis”, visto que, quando chegaram ao Inamar, faltava tudo. “Desde escolas até o menor botequim, sem falar que não havia água, esgoto nem feiras”.

Outro morador conhecido do Inamar é José Odorico de Souza, 54 anos, pernambucano que mantém viva a tradição da literatura de cordel. Ele mora no bairro há 27 anos e criou um exemplar que conta a história do bairro, patrocinado pela Prefeitura da cidade.

O Diário do Grande ABC nos Bairros é uma iniciativa do Diário que conta com a parceria da Prefeitura, o apoio do Instituto Embelleze e o patrocínio da Universidade Metodista.




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